PEDAGOGIA

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Geane Morais.

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quinta-feira, 12 de julho de 2012

DICIONÁRIO BREVE DE PEDAGOGIA LETRA E


Educação - Termo que designa o processo de desenvolvimento e realização do potencial intelectual, físico, espiritual, estético e afectivo existente em cada criança. Também designa o processo de transmissão da herança cultural às novas gerações. Na lei de bases do sistema educativo português, estão previstos vários tipos e vários níveis de educação: educação pré-escolar (dos 3 aos 6 anos), educação escolar (dos 6 até ao final do ensino superior) e a educação extra-escolar (o ensino realizado fora do contexto da educação formal, como por exemplo a educação de adultos) Na educação escolar, estão previstos vários níveis: educação básica (correspondente aos primeiros 9 anos de escolaridade), educação secundária (correspondente aos 10º, 11º e 12º anos de escolaridade) e ensino superior politécnico ou universitário, conducente aos graus de bacharel e licenciado, no primeiro caso, e bacharel, licenciado, mestre e doutor, no segundo caso.


Educação axiológica – É a intervenção pedagógica que visa a interiorização progressiva dos valores, pelo educando. A educação axiológica visa não só a tomada de consciência e a interiorização dos valores morais, mas também de outros tipos de valores positivos, como os valores estéticos, lógicos, hedonísticos, vitais e instrumentais.
Ver Virtude e Axiologia

Educação compensatória – Muito popular nos anos 60 e 70, defende a discriminação positiva a favor dos alunos em desvantagem cultural e social, concedendo-lhes mais tempo e mais recursos para aprender. O Relatório Plowden, publicado na Grã-Bretanha, em 1967, marcou uma etapa decisiva no conceito de educação compensatória. O Programa Head-Start, nos EUA, criados na década de 70, visou preparar as crianças mais pobres para uma escolaridade mais conseguida. Os programas de educação compensatória baseiam-se na ideia de que as crianças de meios populares revelam uma situação deficitária em termos linguísticos e culturais, sendo necessário que a escola
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ajude os alunos a superarem essas lacunas, por intermédio de estratégias de remediação e de enriquecimento. Embora muito criticada, nos anos 80, pela pedagogia crítica e pelos pedagogos neo-marxistas, a educação compensatória revelou alguma eficácia na luta pela igualdade de oportunidades. No fundo, os objectivos da educação compensatória são: definir e compreender os “handicaps” dos alunos; definir e compreender as potencialidades dos alunos; determinar o tipo de apoios educativos que o aluno precisa; estabelecer programas educativos complementares de superação dos “handicaps” e das dificuldades.
Ver Bloom e Modelo de Ensino para a Mestria

Educação da vontade – Segundo Kant, a vontade é pensada como a faculdade de a pessoa se determinar a si própria e agir de acordo com a representação da lei moral. Para os autores racionalistas, a vontade é a faculdade de agir perseguindo um fim consciente e reflexivo. A vontade não é o mesmo que a obstinação, porque aquela persegue apenas fins racionais, enquanto esta se deixa dominar pela paixão. A vontade inclui quatro modalidades: o esforço físico; a coragem e a audácia; a energia, a constância e a atenção e, por fim, a perseverança. Os momentos do acto voluntário incluem a concepção do acto, a deliberação, a decisão e a execução. Uma vontade bem cultivada ajuda a pessoa a resistir às pulsões instintivas indesejáveis. A educação da vontade consiste no processo de formação da vontade, a qual depende 1) do exercício, ou prática continuada capaz de incorporar a vontade num hábito, 2) dos motivos intelectuais ou boas razões e 3) da afectividade e dos bons sentimentos. Os factores que podem inibir a vontade são: o desinteresse pelas coisas e pelas pessoas, o hábito de agir sem reflexão e a falta de maturidade pessoal.
Ver Kant

Educação de adultos – O desenvolvimento da ideia da educação de adultos, como componente da educação permanente, foi uma iniciativa da UNESCO, ao longo de várias conferências internacionais: Helsingor, em 1949, Montreal, em 1960 e Tokio, em 1972. Em 1971, o Conselho da Europa, sob proposta de B. Schwartz, passa a considerar a educação permanente como um instrumento de desenvolvimento estratégico das sociedades. O aparecimento de Universidades para a Terceira Idade, um pouco por todos os países, ajudou a desenvolver o conceito de educação de adultos. Em simultâneo, apareceram metodologias de ensino apropriadas para o público com mais idade, tais como, as metodologias de animação sócio-cultural e as metodologias de desenvolvimento comunitário.

Educação do carácter - Costuma agrupar-se, neste conceito, um conjunto de modelos curriculares mais interessados na promoção da conduta moral do que do raciocínio moral. Os autores identificados com a educação do carácter inspiram-se na teoria da educação moral de Aristóteles e centram a sua actuação no desenvolvimento de uma moralidade convencional que seja respeitadora das regras de conduta, normas sociais e leis. Os modelos curriculares de educação do carácter privilegiam a identificação dos alunos com modelos moralmente adequados, proporcionam o contacto com figuras históricas e exemplos morais, recorrem à literatura como forma de levar os alunos a apreciarem os valores básicos e propõem o envolvimento dos alunos em actividades de voluntariado social que os ajudem a incorporar nos seu hábitos valores do tipo respeito, responsabilidade, honestidade, compaixão, altruísmo e coragem. Os modelos curriculares de educação do carácter privilegiam o desenvolvimento de hábitos de conduta conformes aos princípios éticos e aos valores básicos.
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Ver Aristóteles.

Educação estética - Expressão que designa os processos educativos intencionalmente preocupados com o desenvolvimento do conhecimento e da sensibilidade artística, através do contacto com diferentes meios de expressão artística. O contacto com os diferentes meios de expressão artística e a utilização de diferentes técnicas, permitem ao aluno desenvolver o apreço pela beleza em diferentes contextos e situações. Embora o currículo do ensino básico e do ensino secundário disponha de áreas curriculares específicas para a educação artística, como a Educação Visual e a Educação Musical, todas as disciplinas devem proporcionar momentos para o desenvolvimento da sensibilidade das crianças e dos jovens.

Educação itinerante - É uma modalidade considerada na Lei Quadro da Educação Pré-escolar que consiste na prestação de serviços de educação, mediante a deslocação regular de um educador de infância a zonas com um reduzido número de crianças. A educação itinerante funciona em espaços comunitários cedidos para o efeito e também pode funcionar em edifícios escolares.

Educação moral – É a ajuda prestada ao educando para que atinja a maturidade moral. De uma forma mais específica, podemos dizer que a educação moral é o processo de intervenção pedagógica destinado a permitir que o educando conheça os seus deveres morais, os cumpra livremente e queira ingressar na via do seu aperfeiçoamento moral. Para os autores cognitivistas, a educação moral é vista como a ajuda ao desenvolvimento humano, de forma a proporcionar aos indivíduos a experiência da tomada de decisões que exija o raciocínio moral.
Ver Kohlberg, Modelo daEeducação Moral em Aristóteles e Modelo da Comunidade Justa.

Educação moral em Aristóteles - Para Aristóteles, o ensino da coragem, bem como de outras virtudes morais, exige a prática continuada de actos de coragem, de tal forma que essa virtude seja incorporada nos nossos hábitos. Tanto na Ètica a Eudemo como na Ética a Nicómaco, Aristóteles identifica a busca da felicidade como o fim último da vida. Ora como o fim de todos os nossos actos deve ser a procura do bem, a felicidade identifica-se com o próprio bem. A filosofia de Aristóteles é, por isso, eudemonista. A própria sociedade civil tem como fim viver bem e todas as suas instituições não são senão meios para isso e a própria Cidade é apenas uma comunidade de famílias e de aldeias em que a vida encontra todos estes meios de perfeição e de suficiência. É isto a que podemos chamar uma vida feliz e honesta. A sociedade civil é, pois, menos uma sociedade de vida comum do que uma sociedade de honra e virtude. A felicidade surge, assim, como um dever e um direito e o homem é feliz quando ele realiza aquilo para o qual é feito e realizar aquilo para o qual é feito é o dever do homem, pois é isso que a razão lhe prescreve. A felicidade anda, em Aristóteles, tal como em Platão, associada ao Bem a à Virtude, à Alma portanto e não ao corpo ou aos bens exteriores, porque todos vemos que não é pelos bens exteriores que se adquirem e conservam as virtudes, mas não à regionalização! que é pelos talentos e virtudes que se adquirem e conservam os bens exteriores e que, quer se faça consistir a felicidade no prazer ou na virtude, ou em ambos, os que têm inteligência e costumes excelentes a alcançam mais facilmente com uma fortuna medíocre do que os que têm mais do que o necessário e carecem dos outros bens. Os bens exteriores não passam de instrumentos úteis que, em excesso, podem ser um estorvo ou, pelo menos, uma inutilidade a quem os usufrui. Ao invés, os bens da
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Alma são sempre úteis e quanto mais excessivos forem maior será a sua utilidade. Nessa medida, a felicidade de cada um é proporcional à virtude e à prudência que tiver, e na medida em que age em conformidade com elas. Na Política, Aristotles dá-nos a seguinte definição de vida feliz: consiste no livre exercício da virtude, e a virtude na mediania; segue-se necessariamente daí que a melhor vida deve ser a vida média, encerrada nos limites de uma abastança que todos possam conseguir. E este princípio é válido tanto para as pessoas como para o Estado. Um Estado é tanto mais feliz quanto mais justo, prudente e bom for. Daí que o melhor Governo seja aquele no qual cada um encontra a melhor maneira de ser feliz. Um governo justo é o que procura o justo meio e o que chama a si as virtudes da moderação e da prudência, evitando a desigualdade extrema e a desproporção, que são causas da discórdia e da inveja entre os homens. Um governo justo é o que se esforça por respeitar o equilíbrio entre as classes e o que procura o interesse comum. A realeza preocupada apenas consigo própria conduz à tirania, a aristocracia tende a corromper-se no governo dos ricos e a república quando não incorpora a regra do justo meio tende a caminhar para a anarquia. Enfim, um governo justo é um governo equitativo para o qual é sempre desejável a existência de uma classe média susceptível de encarnar o ideal do justo meio.

Educação moral em Platão - A injusta morte de Sócrates foi um acontecimento determinante no percurso filosófico de Platão. Daí para a frente, Platão quis construir uma teoria da ética e da política que tornasse impossível a reedição de episódios como a condenação à morte do seu Mestre, condenação que simbolizou tudo o que é mais contrário à virtude, ao bem e à sabedoria. A morte de Sócrates foi a vitória da mentira sobre a verdade, da injustiça sobre a justiça, das sensações sobre o inteligível, do verosímil sobre o verdadeiro e da cobardia sobre a coragem. Sócrates tinha pouco mais de 70 anos quando foi acusado por três cidadãos influentes de Atenas, Meletos, um poeta trágico, Licon, um orador e Anitos, um surrador, que lhe fizeram a seguinte acusação pública: “Sócrates é culpado porque não acredita nos deuses da cidade, porque quer introduzir divindades novas e porque corrompe a juventude. Castigo: a morte”. A acusação não passou de uma vingança pelo facto de Sócrates tecer duras críticas aos poetas, que não sabem o que dizem, aos oradores, que falam de coisas que não conhecem e aos sofistas que vendem pelo melhor preço a arte de persuadir e de enganar. Sócrates tinha dado inúmeras provas de coragem e de respeito pelas leis, costumes e divindades da cidade. Era profundamente religioso e cumpridor das leis e por várias vezes se distinguira pela bravura em todas as batalhas em que havia entrado ao lado dos exércitos atenienses. Embora o seu discurso fosse reconhecidamente corrosivo e soubesse utilizar a ironia como poucos para pôr a nu a fragilidade do discurso sofista ou a corrupção política reinante nas Assembleias do Povo e nas restantes magistraturas de Atenas, Sócrates nunca revelou ambições políticas e jamais correu atrás de honrarias, ou de bens materiais.
Em quase todas as obras de Platão, e em especial o Ménon, o Fédon, A República e As Leis, encontramos uma grande preocupação pela determinação e caracterização da natureza do Bem, da Justiça e da Virtude. Para Platão, a virtude é sabedoria e, nessa medida, está longe de ser uma inclinação natural do indivíduo ou um hábito adquirido por uma repetição destituída de inteligência ou de reflexão. Ao identificar a virtude com a sabedoria, Platão mostra-nos que não há várias mas apenas uma virtude, embora esta seja passível de várias aplicações ou derivados. Platão reconhece quatro derivados da virtude: a justiça, a coragem, a temperança e a piedade. A justiça era entendida não só como a conformidade das nossas acções com as leis, mas sobretudo como a capacidade de tomarmos decisões no respeito pela razão e pelo
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inteligível. Ser justo implica sermos capazes de nos afastarmos das aparências, do verosímil, do sensível, dos instintos e das paixões, porque a justiça é sabedoria e chega-se a esta através da reflexão. A coragem para os sofistas não tinha qualquer relação com a ciência, o saber e a verdade. Era entendida mais como uma qualidade do corpo do que da alma. Para Platão, a coragem é um derivado da virtude e, se a virtude é sabedoria, então a coragem é uma forma de reflexão.

Educação para a cidadania - Expressão que designa os processos educativos preocupados com o desenvolvimento do espírito crítico, apreço pelos valores democráticos e desenvolvimento de competências e atitudes de participação na comunidade. A Lei de Bases do Sistema Educativo recomenda uma educação para a cidadania através da abordagem de temas transversais, tais como: educação do consumidor, educação para a prevenção de acidentes, educação sexual, educação para a saúde e conhecimento das instituições políticas de Portugal e da Europa.
Ver Virtude

Educação permanente - Conceito que designa uma educação ao longo da vida e que pode assumir duas vertentes: a primeira vertente corresponde à oferta de uma segunda oportunidade de escolarização para aqueles que a ela não tiveram acesso na infância ou que, tendo frequentado a escola, a abandonaram muito cedo e uma segunda vertente que visa dar resposta às necessidades do mundo do trabalho, impostas pela competição, pelo desenvolvimento tecnológico e pela globalização das economias. A problemática da educação e da formação ao longo da vida entrou em força no discurso educativo, na década de 90, a partir dos documentos aprovados pela UNESCO, pela OCDE e pela Comissão Europeia sobre o assunto. Esta preocupação foi evidente no facto de a Comunidade Europeia ter escolhido o ano de 1996 como o Ano Europeu da Educação e da Formação ao Longo da Vida, tendo publicado, a esse propósito, o Livro Branco sobre a Educação e a Formação. Nos últimos anos, as recomendações da Comissão Europeia têm acentuado, ainda mais, a vertente da formação ao longo da vida, com a publicação de relatórios e documentos centrados nas políticas educativas a tomar em direcção a uma sociedade cognitiva, assente no valor do conhecimento e da informação. Portugal, apesar dos esforços das últimas décadas, continua a ter uma taxa de analfabetismo elevada para os padrões europeus e a percentagem de alunos que terminam o ensino secundário ainda é baixa em relação à média europeia. Contudo, tem-se registado, desde meados da década de 80, um aumento significativo na percentagem de alunos que ingressam no ensino superior, tendo a taxa de frequência, na faixa etária dos 18 aos 24 anos, triplicado, nos últimos 15 anos, graças a um grande aumento da oferta de instituições de ensino superior, públicas e privadas. Por outro lado, tem-se registado, desde o final da década de 80, um aumento crescente do número de alunos em pós-graduações. Apesar de Portugal ainda não estar posicionado entre os primeiros da União Europeia, no que diz respeito à qualificação académica dos recursos humanos, o enorme esforço de aumento da oferta educacional, registado na última década, irá dar os seus frutos num futuro breve.

Educação pluridimensional - Conceito desenvolvido pela Comissão de Reforma do Sistema Educativo e amplamente explicitada na obra pedagógica de Manuel Ferreira Patrício que acentua o carácter abrangente, integrado e personalista da educação. A educação assume-se na sua pluridimensionalidade quando assegura o equilíbrio entre todos os domínios do desenvolvimento e da aprendizagem, isto é, os domínios cognitivo, afectivo, emocional, físico, espiritual e estético. Daqui decorre a necessidade
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de organizar a escola numa perspectiva pluridimensional, onde haja espaço para todas aquelas dimensões e onde, para além do currículo restrito, haja lugar para a dimensão do complemento curricular, ocupação dos tempos livres e dimensão de interacção. Esta perspectiva de educação tem vindo a ser desenvolvida, em Portugal, pela Associação da Educação Pluridimensional e da Escola Cultural, através da realização de congressos, colóquios e seminários. A educação pluridimensional fundamenta o ideário pedagógico do modelo da escola cultural, fundado, nos anos 80, por Manuel Patrício.
Ver Modelo da Escola Cultural.

Efeito de Hawthorne – A experiência de Hawthorne realizou-se sob os auspícios da Western Electric Company, entre 1924 e 1927 e visou analisar o factor humano no desenvolvimento das organizações. Entre os efeitos da experiência, destaque-se: 1) a observação do factor humano como factor de estimulação, de participação e de satisfação do trabalho; 2) a interdependência dos subsistemas técnico e humano, como base de eficiência das organizações; 3) os grupos como factores de socialização e de cooperação humana essenciais nas organizações; 4) as organizações são fundamentalmente sistemas sociais. O facto de indivíduos que foram envolvidos em várias experiências saberem que iam ser alvo dessas experiências estimulou um conjunto de respostas que se traduziram na sua maior participação e iniciativa no seio dos grupos e da organização. O efeito de Hawthorne diz-nos, portanto, que a participação dos sujeitos em processos de inovação, com o conhecimento destes, pode provocar, neles, respostas positivas. Os membros de uma organização são mais eficientes e obtêm maior satisfação quando sentem, que se lhes dá importância e reconhecimento. Quando os membros de uma organização sabem que estão a participar num processo de inovação e de mudança sentem uma vontade acrescida de contribuir para o sucesso das inovações.

Egocentrismo - Termo que designa um conjunto de características específicas do processo cognitivo da criança no estádio pré-operatório e que evidenciam uma dificuldade de descentração e de atendimento dos pontos de vista, interesses e perspectivas das outras pessoas. A criança tende a colocar-se no centro do mundo e a ter dificuldade em distinguir os seus interesses dos interesses dos outros. Podem designar-se por egocêntricas manifestações relativas à maneira como a criança percepciona o espaço, com dificuldade em distinguir a esquerda da direita e à maneira como a criança percepciona o tempo, com dificuldade em situar o antes e o depois. Jean Piaget foi um dos primeiros psicólogos a estudar a natureza e a especificidade do egocentrismo infantil.

Emergência da escrita - Expressão que designa o período em que a criança começa a estabelecer os primeiros contactos com o mundo da escrita e da palavra, através do “ouvir histórias”, “manipular livros” e garatujar. Hoje em dia, quase todas as crianças entram para a escolar com alguma familiaridade com a escrita, pelo que se torna necessário que os professores façam apelo àquilo que a criança já sabe, permitindo-lhe contactar com as diferentes funções do código escrito.

Emoção - Fenómeno relativo ao domínio afectivo e que evidencia manifestação de uma perturbação motivada por um estado de espírito. O aluno emotivo é o que reage com facilidade sem fazer uso da razão, libertando uma energia contida que dificulta o entendimento das coisas e causa instabilidade de comportamento. A emoção está ligada
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à afectividade. A educação pode desenvolver a afectividade, incorporando as emoções no processo de aprendizagem. Essa incorporação é vital no ensino artístico.

Empatia – Designa um estado afectivo que resulta da capacidade de reconhecer, compreender e aceitar os estados emocionais de outrem.
Ver Rogers; Modelo Não-Directivo

Ensino - Processo pelo qual o professor transmite ao aluno o legado cultural em qualquer ramo do saber. O ensino anda associado à transmissão do saber já constituído. As pedagogias construtivistas consideram que o acto de ensinar deve subordinar-se à aprendizagem e esta ao desenvolvimento. O professor passa a desempenhar novos papéis: facilitador da aprendizagem, dinamizador de situações problemáticas e orientador de projectos.
Ver Planificação e Currículo.

Ensino colectivo - Designa o ensino dirigido a toda a turma. Na escola tradicional, o professor ensina a todos ao mesmo tempo os mesmos assuntos da mesma forma. Este modo de ensinar pode ser útil na transmissão de informações e conceitos básicos. Apela à memorização e exige da parte do aluno uma grande capacidade de atenção. Nas aulas teóricas do Ensino Superior continua a fazer-se muito uso do ensino colectivo. Apesar de ser um modo de ensinar que não desenvolve competências de aprendizagem, continua a ser muito útil quando o professor pretende proporcionar informação rápida sobre um assunto.
Ver Modelo Directivo e Modelo Expositivo.

Ensino em grupo - Designa um ensino adaptado às necessidades e interesses dos grupos criados na turma para a realização de tarefas determinadas. É muito usado no modelo de ensino para a mestria e nos modelos construtivistas. O trabalho em grupo visa o desenvolvimento de atitudes de cooperação e interajuda, mas também desenvolve nos alunos a capacidade para repartir tarefas, negociar e estabelecer consensos. Geralmente, cada grupo possui um porta-voz que apresenta as conclusões à turma.


Ensino individualizado - Trata-se de uma metodologia de ensino que se opõe à noção de ensino colectivo. Ao contrário deste, o ensino individualizado presta atenção a cada criança em função das suas necessidades, ritmos e aptidões. Há numerosos métodos que recorrem ao ensino individualizado: dos ficheiros escolares de tipo Freinet às vulgares fichas formativas, há um conjunto diversificado de materiais de aprendizagem de uso fácil em contexto escolar. O ensino individualizado está muito próximo das metodologias activas e da noção de aprendizagem pela descoberta orientada. Procura-se desenvolver no aluno capacidades meta-cognitivas e competências de selecção e análise da informação. O trabalho individualizado supõe que cada aluno avance ao seu ritmo, mas não passe à etapa seguinte senão depois da verificação das aquisições anteriores.
Ver Modelo de Ensino para a Mestria.

Ensino tradicional - Expressão que designa um ensino centrado no professor e nos programas de ensino, pouco preocupado com as necessidades individuais da criança e fazendo uso de lições expositivas e de uma avaliação selectiva. O ensino tradicional surge associado a um professor que ensina de forma directiva e a alunos que ouvem o professor em silêncio, tiram apontamentos e esperam que o professor lhes faça perguntas. O ensino tradicional privilegia a transmissão de conhecimentos e a
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aprendizagem por recepção. A memorização, a repetição e a realização de exercícios no lugar são três características essenciais do ensino tradicional. Por vezes, o ensino tradicional surge associado a um ensino de má qualidade. Essa associação nem sempre se pode fazer. Embora o ensino tradicional tenda a desvalorizar o desenvolvimento emocional da criança e manifeste pouca preocupação pelas competências de pesquisa e de resolução de problemas, pode ser útil na transmissão de informações e de conhecimentos básicos.
Ver Modelo Expositivo.

Ensino tutorial - Termo que designa um modo de ensinar face a face na base de uma relação individualizada entre o professor e um aluno ou um pequeno grupo de alunos. O ensino tutorial tem quase sempre uma finalidade remediativa, pois visa a superação das dificuldades de aprendizagem. O modelo de ensino par a mestria e o modelo Paideia de Mortimer Adler recomendam a utilização do ensino tutorial nesses termos. Serve também para realizar tarefas de treino e prática supervisionada.
Ver Modelo Paideia.

Envolvimento dos pais - Refere-se a todas as formas de relacionamento entre a escola e os pais que não exigem a participação na tomada de decisões. De acordo com a tipologia de Joyce Epstein, o envolvimento dos pais inclui a troca de informações e o apoio dos pais à realização das actividades escolares.
Ver Tipologia de Joyce Epstein e Don Davies.

Envolvimento dos pais no jardim de infância e no 1º ciclo - Os estudos efectuados em Portugal e nos Estados Unidos da América sobre o envolvimento dos pais nos jardins de infância e nas escolas básicas chegaram aos seguintes resultados: 1) há obstáculos à colaboração escola-família que ultrapassam as fronteiras e que estão para além da geografia e das culturas; 2) a escassa preparação dos professores para lidarem com projectos deste tipo é um padrão comum aos dois países; 3) a ausência de mecanismos escolares, de carácter informal, facilitadores da comunicação continuada e a ausência de estratégias escolares intencionalmente orientadas para o envolvimento das famílias constitui outro traço comum; 4) a incapacidade dos professores para lidarem com as diferenças culturais, sociais e étnicas constitui outra semelhança evidente; 5) o uso de formas de comunicação negativas, que deitam as culpas aos pais pelo fracasso dos filhos constitui um outro padrão comum.
A segunda surpresa foi a existência de diferenças marcantes entre o que se passa nos jardins de infância e o que sucede nas escolas do ensino básico. Com efeito, a frequência e a diversidade das formas de colaboração escola-pais, num e noutro nível de ensino, mostraram constituir uma característica comum aos três países, com destaque particular para Portugal. Nos jardins de infância a colaboração entre as educadoras e os pais é mais frequente, assume características mais positivas, mais informais e mais continuadas e percorre os seis tipos de colaboração identificados na tipologia de Joyce Epstein. Nas escolas do ensino básico, a colaboração é menos frequente, menos variada e assume, demasiadas vezes, um carácter negativo e culpabilizante do trabalho desenvolvido pelos pais, havendo uma tendência maior para desvalorizar as culturas familiares e, em particular, as culturas das minorias étnicas. Tendo em consideração a tipologia de Joyce Epstein, as escolas do ensino básico limitam-se, regra geral, ao desenvolvimento de práticas de tipo 2 (comunicação escola-família), sendo raras as práticas de tipo 3 (ajuda da família à escola), de tipo 4 (envolvimento da família no processo educativo em casa) e de tipo 5 (participação da família na tomada de
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decisões). Se isolarmos as práticas de tipo 2 (comunicação escola-família) conseguimos detectar diferenças marcantes entre os jardins de infância e as escolas do ensino básico: a) nas primeiras, a comunicação com as mães faz-se quase todos os dias e assume um carácter informal, atendendo a que é muito frequente a educadora conversar com o adulto que traz ou vem buscar a criança ao estabelecimento educativo; b) as educadoras solicitam com muita frequência a participação das famílias em actividades de apoio ao programa educativo, nomeadamente na realização de festas, comemorações e visitas; c) as educadoras utilizam uma linguagem mais directa e menos técnica - e portanto mais facilmente compreensível pelas famílias de todos os grupos sociais - quando realizam reuniões com os encarregados de educação; d) o tema das reuniões com os encarregados de educação centra-se, quase sempre, na concretização de projectos que visam melhorar o programa educativo e o bem estar das crianças; e) as educadoras estão mais habituadas a integrar as culturas familiares e comunitárias no programa educativo do jardim de infância e suscitam, com frequência, a colaboração das famílias, com essa finalidade.
Se isolarmos as características notadas nas escolas do ensino básico, é possível concluir o seguinte: 1) os professores do 1º ciclo sentem um pressão maior em cumprirem os programas, sendo forçados a sobrevalorizarem a componente lectiva do currículo, os conteúdos e a área cognitiva, dispensando, por isso mesmo, a colaboração das famílias no processo de construção do currículo; 2) o peso da avaliação e da classificação obriga os professores do 1º ciclo a desvalorizarem as actividades de complemento curricular e a ocupação educativa dos tempos livres, os quais constituem as componentes do programa educativo escolar onde a participação das famílias poderia ser mais útil; 3) os professores do 1º ciclo fazem uso de uma linguagem mais técnica - de difícil entendimento para as famílias desfavorecidas - quando realizam as reuniões com os encarregados de educação; 4) o tema mais frequente das reuniões com os encarregados de educação é a procura da melhoria da componente lectiva (isto é marcadamente conteudal e cognitiva!) e não a participação das famílias na concretização de projectos que enriqueçam o currículo em sentido amplo; 5) os professores do 1º ciclo caem mais facilmente na tentação de culpar a vítima, sempre que a criança não tem aproveitamento na escola; 6) a tentação de culpar a vítima é evidente sobretudo quando a escola serve crianças oriundas de minorias étnicas ou pertencentes a famílias culturalmente desfavorecidas; 7) alguns professores do 1º ciclo receiam que a participação das famílias no processo de tomada de decisões escolares constitua uma interferência abusiva de não profissionais nos assuntos pedagógicos e técnicos, os quais no entender de muitos devem estar reservados aos profissionais.
Ver Tipologia de Joyce Epstein e Don Davies.

Escalas – Existem vários tipos de escalas, muito usadas no tratamento estatístico dos dados recolhidos durante uma investigação. As escalas nominais são meramente classificativas, permitindo descrever ou designar os sujeitos mas sem recurso à quantificação. As escalas ordinais distribuem os sujeitos segundo uma certa ordem, que pode ser crescente ou decrescente e, nesse sentido, permitem fazer diferenciações. Isto é, a par da classificação dos sujeitos, podemos compará-los tomando a respectiva ordem. Nas escalas intervalares, a diferenciação dos sujeitos ou das observações assume um valor quantitativo constante, ou reunindo o mesmo significado, ao longo de toda a escala. As características das escalas nominais são a classificação e a contagem, as das escalas ordinais são os valores ordenados e as diferenças tomando os pontos e as das escalas intervalares são os intervalos iguais. Os procedimentos estatísticos utilizados com as escalas nominais são as frequências, as percentagens acumuladas e o qui-
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quadrado. Os procedimentos para as escalas ordinais são o rhô de Spearman, o t-Wilcoxon, etc. Os procedimentos para as escalas intervalares são a média, desvio-padrão, frequências, análise de variância e r de Pearson.

Escalas de valores - Também chamadas tábuas de valores, constituem um referencial ordenado e hierárquico do posicionamento dos valores. Platão foi um dos primeiros filósofos a estabelecer uma escala de valores. Em primeiro lugar está o Bem, de seguida a Beleza, depois a Verdade e a Sabedoria e, por último, os prazeres sensíveis. A escala estabelecida por Aristóteles é ligeiramente diferente: primeiro o que é digno de felicidade, depois o que é admirável, de seguida, o que é digno de amor, imediatamente a seguir, o que é digno de honra e, por último, o que é belo e o que não é mau. Para Locke, em primeiro lugar, vem a esperança na vida eterna, depois, o fazer o bem, de seguida, o conhecimento, ainda depois, a reputação e, por último, a saúde. Max Scheller propõe a seguinte escala: em primeiro, os valores espirituais, que compreendem os valores estéticos, morais, lógicos e religiosos. Por último, os valores sensíveis, que compreendem os valores vitais e os hedonísticos. O filósofo francês Lavelle propõe a seguinte escala: em primeiro lugar, os valores para transcender o mundo, que são os valores religiosos e os valores morais. De seguida, os valores para contemplar o mundo, que são os valores intelectuais e os estéticos. Por último, os valores que pertencem ao mundo, que são os valores económicos e os afectivos. O filósofo espanhol Mendez procede à seguinte hierarquia: em primeiro lugar os valores ascéticos, de seguida, os valores estéticos, depois, os valores éticos e, por último, os valores económicos. Mendez considera que há três grandes valores éticos: o autodomínio, a justiça e o respeito. O autodomínio compreende a sobriedade e a temperança. A justiça compreende a equidade e a soplidariedade. O respeito compreende a paz e o respeito à natureza e ao ambiente. Por último, vejamos a hierarquia proposta pelo filósofo e pedagogo espanhol Quintana Cabanas: primeiro, os valores espirituais, depois, os valores racionais, de seguida, os valores socio-culturais e, por último, os valores afectivo-psicológicos e os valores vitais.

Escola aberta - Constituiu um movimento pedagógico muito popular nos EUA, durante as décadas de 60 e 70 e que consistia na criação de edifícios escolares sem barreiras arquitectónicas. Uma característica comum às escolas abertas era a ausência de paredes a separar as salas de aula. Num espaço amplo, havia lugar para que duas ou três turmas trabalhassem em simultâneo com a assistência de dois ou três professores. A área aberta estava dotada de espaços polivalentes: ateliers, oficinas, bancadas, armários, mesas de trabalho e laboratórios. Os professores, em grupo de dois ou três, asseguravam em conjunto o ensino de várias turmas, dividindo entre si as diferentes tarefas.
Ver Modelo Libertário de Neill e Modelo Libertário Inspirado em Rousseau.

Escola inclusiva - Conceito que designa um programa educativo escolar em que o planeamento é realizado tendo em consideração o sucesso de todas as crianças, independentemente dos seus estilos cognitivos, dificuldades de aprendizagem, etnia ou classe social. Numa escola inclusiva, opta-se pela pedagogia diferenciada e pela discriminação positiva em favor das crianças diferentes. As crianças diagnosticadas com necessidades educativas especiais são incluídas no grupo e beneficiam das oportunidades educativas que são proporcionadas a todos. A escola inclusiva faz uso da metodologia cooperativa, aceita as diferenças e responde às necessidades individuais. A opção pela escola inclusiva resulta da Declaração de Salamanca, aprovada durante a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, em 1994.
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Escola paralela - Designa o conjunto dos meios de comunicação e de transmissão do conhecimento que as novas tecnologias da comunicação e da informação colocam ao dispor das pessoas. A escola paralela é simultaneamente uma escola de massas e uma escola personalizada e recorre a uma diversidades de meios e de linguagens. Com a generalização da “Internet”, do correio electrónico e da “World Wide Web”, torna-se possível adaptar o fluxo de informação às necessidades de cada indivíduo e, simultaneamente, levar a informação e o conhecimento a todos os lares com uma rapidez e uma economia ímpares.

Escolas difíceis de alcançar - Expressão concebida por Don Davies, em 1988, após um estudo realizado com escolas de Boston, Liverpool e Portugal sobre o envolvimento dos pais de baixos rendimentos. Dizer-se que os pais são difíceis de alcançar é culpar as vítimas. Em vez disso, Don Davies propõe a expressão “escolas difíceis de alcançar”, visto que os obstáculos ao relacionamento escola/pais radicam na estrutura, organização e sistema de funcionamento das escolas, que as tornam lugares de difícil acesso para muitas famílias. Em Portugal, podemos afirmar que a expressão se aplica, com acuidade, à maioria das escolas públicas que encaram os pais com indiferença, receio ou suspeição.
Ver Tipologia de Joyce Epstein, Don Davies e Envolvimento dos Pais.

Escolas privadas – Conceito que designa o conjunto de estabelecimento de ensino que não são tutelados e dirigidos pelo Estado. As escolas privadas podem ser de natureza particular ou cooperativa. O que as caracteriza é o facto de terem um ou vários proprietários, podendo, nuns casos, ter fins lucrativos e, noutros casos, não. A existência de escolas privadas decorre do facto de a Constituição defender o princípio da liberdade de ensinar e de aprender. Com a crescente heterogeneidade cultural e social das sociedades contemporâneas, justifica-se, cada vez mais, a existência de um forte sector privado na Educação, uma vez que o facto de serem escolas de livre escolha as torna, por esse facto, mais respondentes às necessidades, aos valores e às culturas dos públicos que as procuram. Em todos os países democráticos existe uma rede de escolas privadas, cuja extensão depende de vários factores: política educacional do Estado, volume e qualidade das escolas estatais, interesse dos grupos confessionais e ideológicos pela Educação e bem estar económico das populações. As escolas privadas foram sempre produto das respostas espontâneas da sociedade civil para satisfazer as necessidades culturais e sociais das populações. Nesta perspectiva, seria preferível chamar-lhes “escolas de inciativa social”, por oposição às escolas públicas, chamadas, por alguns autores, de escolas de inciativa estatal.
Ver Livre Escolha das Escolas.

Estádio moral - Conceito desenvolvido por Kohlberg para designar um certo tipo de raciocínio moral. Kohlberg defende a existência de seis estádios agrupados em três níveis do desenvolvimento moral: o nível pré-convencional, o nível convencional e o nível pós-convencional. No nível pré-convencional, o estádio 1 caracteriza-se por uma orientação para o castigo e a obediência e o estádio 2 por uma orientação para a troca de interesses dos indivíduos. No nível convencional, o estádio 3 é orientado para a aprovação social e o estádio 4 para a manutenção da lei e da ordem. No nível pós-convencional, o estádio 5 é caracterizado por uma orientação para o contrato social e para o maior bem para o maior número e o estádio 6 por uma orientação para a defesa dos princípios éticos.
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Ver Kohlberg.

Estádios de desenvolvimento do professor - Teoria formulada pela psicóloga norte-americana Francis Fuller que explica como é que os professores evoluem na profissão. A teoria de Francis Fuller faz passar o professor pelos estádios da sobrevivência, mestria, desencanto e impacto.

Estímulo - Termo que designa uma forma de energia emitida pelo meio que o organismo é capaz de captar e a que responde. Qualquer acontecimento que age sobre o organismo pode provocar uma resposta. A aprendizagem pelo condicionamento distingue vários tipos de estímulos: estímulo condicionado, quando é capaz de provocar uma resposta após associação repetida com um estímulo incondicionado; estímulo incondicionado, quando o estímulo age sobre o organismo desencadeando uma resposta natural, que não resulta da aprendizagem.

Estratégias metacognitivas - Refere-se a estratégias que favorecem o reconhecimento pelo aluno dos seus próprios processos cognitivos e formas de pensamento acerca da forma como a informação é processada.

Estudo de caso - Trata-se de uma tipologia de investigação especialmente indicada para investigadores isolados, uma vez que proporciona uma oportunidade para estudar, de uma forma aprofundada, um determinado problema concreto que afecta uma organização. O investigador identifica um problema e de seguida procede à recolha de dados através de questionários, entrevistas e registo de observações. Por fim, identifica o modo como o problema afecta a organização e propõe estratégias que possibilitam a superação do problema.

Ethos - Expressão que designa o clima da escola. Diz-se que uma escola tem um ethos democrático e participativo quando há oportunidade para que todos os intervenientes no processo educativo possam participar na tomada de decisões. Diz-se que uma escola tem um ethos autoritário quando os processos deliberativos estão concentrados numa pessoa.

Ética da justiça - Conceito criado pelo psicólogo norte-americano Lawrence Kohlberg para designar uma orientação moral caracterizada pela defesa do imperativo categórico e dos princípios éticos universais. A ética da justiça surge associada a um modelo curricular de educação moral que faz uso da discussão de dilemas morais, da participação do sujeito em comunidades justas e do debate de ideias e de problemas com o recurso à maiêutica socrática. A ética da justiça está mais preocupada com o desenvolvimento do raciocínio moral do que com a conduta e os comportamentos do sujeito. É, portanto, uma ética formalista e estruturalista que acentua o potencial educativo do conflito cognitivo e o poder da reflexão.
Ver Kohlberg.

Ética do cuidar dos outros - Conceito criado pela psicóloga norte-americana Carol Gilligan para designar uma orientação moral, mais presente nas mulheres do que nos homens, que se caracteriza pela manutenção das relações interpessoais com base no afecto, no carinho e pela superação dos conflitos. Esta orientação moral realça o valor
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da bondade, do carinho, da intimidade, da continuidade das relações interpessoais e da benevolência.

Etnocentrismo - Atitude filosófica e política que consiste em colocar uma matriz cultural e um sistema de valores como centrais no processo de explicação dos problemas. Essa atitude condiciona e limita a capacidade do indivíduo para compreender e aceitar propostas culturais diferentes das suas.

Excelência na educação - Expressão que designa a procura de qualidade nas aprendizagens tendo em consideração o alcance de metas e objectivos de ensino de alta complexidade, em todos os domínios do conhecimento. À semelhança do que acontece com outras áreas de produção da informação e do conhecimento, a escola começou a ser pressionada para aumentar o nível dos seus resultados, de forma a preparar cidadãos e trabalhadores capazes de enfrentarem a economia global e o rápido desenvolvimento tecnológico. Os autores marxistas criticam o movimento da excelência na educação, com o pretexto de que esse movimento põe em causa a igualdade de oportunidades e aumenta o fosso entre os melhores alunos e os alunos mais fracos. Não há provas nem evidências de que a excelência ponha em causa a igualdade de oportunidades. A investigação educacional tem mostrado o contrário. Os alunos mais fracos tendem a melhorar as suas aprendizagens quando são transferidos para escolas preocupadas com a excelência. Tudo leva a crer que o movimento pela excelência na educação venha a conhecer um grande impulso na próxima década. Da qualidade da educação depende o futuro das novas gerações. A melhoria da qualidade das aprendizagens não pode fazer-se em escolas medíocres. Só escolas apostadas na qualidade total podem oferecer ambientes de aprendizagem propícios aos alunos mais fracos. Uma das estratégias mais importantes para fomentar a excelência na educação e para pressionar as escolas medíocres a inovarem e a melhorarem os seus programas educativos é a criação de programas de livre escolha das escolas. Nos países onde os pais podem optar pela inscrição dos seus filhos em escolas privadas, tendo para o efeito os apoios financeiros, quer através da dedução total das despesas com a educação em IRS, quer através do pagamento pelo Estado à escola privada de uma propina idêntica ao custo médio anual do aluno numa escola pública, o aumento da qualidade das aprendizagens é uma realidade indesmentível.
Ver Qualidade na Educação e Indicadores.

Expressão dramática - É um meio de descoberta de si e do outro, de afirmação de si próprio na relação com os outros que corresponde a uma forma de se apropriar de situações e papéis sociais. Nas interacções sociais, a criança faz uso do jogo simbólico, criando situações de comunicação verbal e não verbal que são indutoras da descentração social e que promovem o desenvolvimento da linguagem. A expressão dramática é cada vez mais usada no ensino das Línguas e no ensino da História. A expressão e a comunicação através do corpo pode começar, desde logo, no jardim de infância, através de jogos do “faz de conta”, permitindo à criança a vivência de experiências quotidianas e de situações imaginárias. Através do corpo e da voz, é possível exprimir situações e estados de espírito que levam a criança a controlar melhor as suas emoções. A expressão dramática é, assim, uma excelente forma de educação estética.

Expressão plástica - Através da expressão plástica, a criança aprende a controlar a motricidade fina, recorrendo a materiais e instrumentos específicos e a códigos próprios que são mediadores dessa forma de expressão. As actividades de expressão plástica
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destinam-se, também, a desenvolver na criança o apreço pelo belo e a sensibilidade estética. No jardim de infância, a expressão plástica desenvolve-se através de actividades livres de desenho, pintura, rasgagem, recorte e colagem. À medida que a criança avança na escolaridade, essas actividades livres dão lugar a actividades estruturadas integradas em áreas curriculares específicas, como a Educação Visual, e o aluno começa a conhecer, com mais rigor, as técnicas correspondentes.

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