PEDAGOGIA

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Geane Morais.

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quinta-feira, 12 de julho de 2012

DICONÁRIO BREVE DE PEDAGOGIA LETRA D


Davies (Don) - Nascido em 1928, nos Estados Unidos da América, Don Davies foi professor na Boston University, durante várias décadas e fundou e dirigiu o Institute for Responsive Education, entre 1974 e 1995. Juntamente com Joyce Epstein, foi director do Center on Families, Communities, Schools and Children`s Learning, entre 1991 e 1995. Esteve ligado a inúmeros projectos de investigação sobre a colaboração escola-família e tem-se dedicado ultimamente ao estudo das políticas educativas promotoras da colaboração escola-família. Dos inúmeros projectos de investigação que coordenou, há
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que fazer referência ao Multi-National Project on Families and Schools Partnership, que contou com a participação de cinco escolas portuguesas e ao Projecto de Colaboração Escola e Família, coordenado pelo Departamento de Avaliação Planeamento e Prospectiva do Ministério da Educação, que contou com a participação de 25 escolas básicas. Ligado a Portugal desde os anos 80, pelo facto de ter orientado cerca de uma dezena de teses de mestrado e várias teses de doutoramento de estudantes portugueses, Don Davies fez inúmeras conferências no nosso País e prestou acessoria científica a muitos projectos de investigação-acção. Dessa colaboração com investigadores portugueses resultou um conjunto de livros, de que destaco: Os Professores e as Famílias - Colaboração Possível (Livros Horizonte, 1993); As Escolas e as Famílias em Portugal: Realidade e Perspectivas (Livros Horizonte, 1988). Don Davies é autor de várias dezenas de artigos publicados em revistas norte-americanas e portuguesas, nomeadamente as International Journal of Educational Research, Equity and Choice, New Schools, New Communities, Revista ESES e Inovação. Dos vários livros que publicou nos Estados Unidos da América, destaque para: A Portray of School Reaching Out (Center on Families, Communities, Schools and Children`Learning, 1992).
Decroly (Ovide) - Foi pedagogo, psicólogo e médico. Nasceu na Bélgica em 1871 e morreu em 1932. Em 1901, fundou um instituto para crianças com problemas, no qual experimentou as suas teorias educativas. Em 1907, criou, em Bruxelas, a escola L`Ermitage, onde levou à prática as técnicas Decroly. Tornou-se conhecido graças ao seu método de ensino da leitura e à organização do ensino em torno dos centros de interesse e dos jogos educativos. No ensino da leitura, Decroly preconiza um método global. Em vez de começar pelas letras, propõe que se comece pelas frases com sentido para a criança. À frase corresponde um desenho que dá sentido à frase. De seguida, parte-se para a análise das palavras. Pouco a pouco mostra-se à criança que há palavras comuns em frases diferentes. Dessa forma, a criança acaba por aprender as sílabas e as letras. Os centros de interesse são convergências multidisciplinares ligados à vida da criança, nomeadamente os alimentos, a casa e os tempos livres.

Democratização do ensino - Expressão que designa a universalização da frequência do ensino, através da generalização da oferta às necessidades de toda a população, independentemente das origens sociais e culturais e do estatuto económico e profissional. A democratização do ensino ocorreu em Portugal algumas décadas depois do processo de democratização dos países da Europa Central e do Norte. A universalização da educação básica de 6 anos aconteceu apenas na década de 60. A democratização da frequência da escola básica de 9 anos ocorreu já na década de 80. Na década de 90, assistiu-se à democratização do ensino secundário e do ensino superior. A democratização do ensino é um instrumento essencial da igualdade de oportunidades. As sociedades democráticas não podem prescindir da universalização do ensino básico. Os Estados Unidos da América e o Japão, estão entre os países que levaram mais longe a noção de democratização do ensino, atingindo taxas de frequência do ensino superior de cerca de 40% na faixa etária dos 18 aos 24 anos. A democratização do ensino não deve ser confundida com o monopólio da escola estatal. Há países em que o Estado detém o monopólio do ensino e, no entanto, revelam reduzidas taxas de frequência escolar. Há outros, como os Estados Unidos da América ou a Espanha, com um sector escolar privado muito forte, que atingiram elevados níveis de frequência escolar.
Ver Igualdade de Oportunidades Educacionais
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Deontologia - Termo que designa uma teoria dos deveres morais. Quando aplicado ao exercício de uma actividade profissional significa respeito pelos deveres, normas e regras que orientam o exercício da profissão. Nesse sentido, fala-se de uma deontologia médica ou da deontologia da função docente.

Departamento curricular – Estrutura de orientação educativa responsável pela articulação curricular nos 2º e 3º ciclos e no ensino secundário, no qual se encontram representados os agrupamentos de disciplinas e áreas disciplinares.

Desenvolvimento - Termo que designa o conjunto das transformações por que passa o sujeito ao longo do seu ciclo de vida, tendo como etapas fundamentais a infância, a adolescência e a vida adulta. Trata-se de um processo com múltiplas dimensões e que depende não só de processos maturacionais e biológicos, mas também de processos educacionais e ambientais. Para os autores comportamentalistas, o desenvolvimento é o produto de um processo contínuo de aquisições cumulativas. Para os autores construtivistas, o desenvolvimento é um processo descontínuo que conhece diversos estádios sequenciais e invariantes que resultam de processos de interacção entre o sujeito e o ambiente.

Desenvolvimento da identidade - Podemos afirmar que o desenvolvimento da identidade passa pelo reconhecimento das características individuais e pela compreensão das capacidades e limitações próprias de cada um, quaisquer que estas sejam. O respeito pela diferença, que valoriza os contributos individuais para o enriquecimento do grupo e favorece a construção da identidade. O professor é um elemento-chave no processo de construção da identidade do aluno, sobretudo do aluno adolescente. O despertar e o desenvolvimento das vocações constitui um dos principais elementos do desenvolvimento da identidade do aluno.

Desenvolvimento moral - Orlando Lourenço dá-nos a seguinte definição do conceito: “âmbito de estudo que se refere ao modo como as pessoas encaram as normas e princípios que devem reger a conduta interpessoal (i.e., o pensamento moral) e ao modo como os cumprem e põem em prática (i.e., acção moral). Os estudos clássicos de Kohlberg foram sobretudo estudos sobre a ontogénese do raciocínio moral ou raciocínio para a justiça, tendo identificado seis estádios de raciocínio moral” (Orlando Lourenço,(1992), Psicologia do Desenvolvimento Moral: Teoria, Dados e Implicações, Livraria Almedina, p. 211).
Ver Piaget e Kohlberg.

Desenvolvimento pessoal em Erikson – À semelhança de Piaget, Erikson desenvolveu uma teoria dos estádios do desenvolvimento pessoal, tendo como conceito estruturante o princípio epigenético, segundo o qual cada pessoa tem um potencial de crescimento relativamente estável. Erikson considera que existem seis estádios de desenvolvimento pessoal: estádio 1, caracterizado pela tensão entre confiança e desconfiança: o estádio 2, caracterizado pela tensão autonomia versus vergonha; estádio 3, caracterizado pela tensão inciativa versus culpa; estádio 3, caracterizado pela tensão competência versus inferioridade; estádio 5, caracterizado pela tensão identidade versus confusão de papéis; estádio 6, caracterizado pela tensão intimidade versus isolamento.
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Desenvolvimento religioso em Fowler – À semelhança de Kohlberg para o desenvolvimento moral, Fowler concebeu uma teoria do desenvolvimento religioso que compreende seis estádios: estádio 1, dos 4 aos 8 anos de idade, chamado intuitivo de projecção, no qual a fé se desenvolve por imitação das pessoas que têm significado para a criança; estádio 2, dos 8 aos 12 anos de idade, intitulado mítico-literal, no qual a criança vai tomando consciência da sua pertença a uma grupo particular com uma determinada fé e vivência religiosa; estádio 3, dos 12 aos 17 anos, intitulado síntético-convencional, no qual a fé é vivida e interpretada segundo a opinião dos outros e de acordo com o que é conveniente; estádio 4, a partir dos 18 anos de idade, intitulado fé individual reflexiva, no qual a pessoa toma consciência de que não pode basear-se apenas na autoridade e nas convenções, mas não à regionalização! no exercício da racionalidade, da consciência e da autonomia; estádio 5, a partir dos 40 anos de idade, intitulado fé de consolidação, no qual a pessoal toma em conta outras perspectivas religiosas e reconhece que não é detentor da verdade; estádio 6, a partir do 40 anos de idade, intitulado fé universalizante, no qual a pessoa tem a experiência da relação constante com Deus e é capaz de um compromisso com Deus. Embora seja possível associar os estádios a etapas etárias, Fowler considera que não existe correlação entre uma coisa e outra.

Desvio padrão - Termo da estatística que designa a medida de dispersão ou de variação que permite ver como os valores da variável se dispersam em torno dos valores centrais.

Dewey (John) - John Dewey nasceu em 1859, em Burlington, no Estado de Vermont. Estudou nas Universidades de Vermont e The Johns Hopkins. Foi professor nas Universidades de Michigan, Minnesota, Chicago e Columbia. Criou a Laboratory School na Universidade de Chicago, onde experimentou as suas ideias pedagógicas. Politicamente, Dewey era um social democrata. Filosoficamente, abraçou uma corrente a que se deu o nome de pragmatismo ou utilitarismo. Deixou-nos uma obra filosófica e pedagógica abundante. Destaque para: Psychology (1887), School and Society (1889), Democracy and Education (1916), Reconstruction in Philosophy (1920), The Theory of Inquiry (1938) e Human Nature and Conduct (1922). Morreu em 1952. John Dewey foi um dos autores mais importantes do movimento norte-americano de educação progressista. Acreditava no poder libertador da educação e considerava que um sistema público de qualidade era um poderoso instrumento de combate às desigualdades sociais. Dewey pugnava pela incorporação do método científico da descoberta na sala de aula. Era uma fervoroso adepto da transformação das escolas em pequenas organizações democráticas, onde professores e alunos se responsabilizavam pelo autogoverno das instituições. Adepto do trabalho de projecto e do trabalho de grupo, John Dewey acentuava o papel da escola na educação dos alunos para o exercício da cidadania.
Ver Modelo interactivo.

Didáctica - Termo que designa o procedimento cujo objecto é instruir pelo ensino. É considerada uma disciplina que reúne os instrumentos necessários aos professor para estruturar e realizar o processo de ensino. Há uma didáctica geral e didácticas específicas. As últimas estão directamente relacionadas com as especificidades do ensino de determinadas disciplinas ou áreas curriculares. Os métodos didácticos apelam mais à memória, às exposições do professor e ao verbalismo do que os métodos activos.
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Diferenciação pedagógica - O conhecimento da criança e da sua evolução constitui o fundamento da diferenciação pedagógica que parte do que se é capaz de fazer para alargar os interesses e as potencialidades da criança. Para que o professor diversifique as suas metodologias, ele tem de proceder a uma observação contínua e a uma avaliação diagnóstica rigorosa. Diz-se que um professor faz uso da diferenciação pedagógica quando prepara tarefas específicas para diferentes grupos de alunos, tendo em consideração as suas necessidades de formação e interesses próprios.

Dilema moral - O conceito foi desenvolvido por Kohlberg para designar os conflitos cognitivos surgidos a partir de situações que originam pontos de vista e opções morais opostas. Kohlberg preconizava a utilização de dilemas morais hipotéticos como forma de indicação do estádio de desenvolvimento moral do indivíduo e como estratégia para a promoção do desenvolvimento do raciocínio moral. Com a criação do programa “comunidade justa”, Kohlberg começou a interessar-se pela utilização de dilemas morais reais, surgidos a partir de situações do quotidiano dos alunos.
Ver Kohlberg e Modelo da Comunidade justa.

Dinâmica de grupo - Designa o estudo dos fenómenos sociais nos grupos e das leis que os
regem. Kurt Lewin foi um dos psicólogos pioneiros no estudo da dinâmica de grupos. Segundo Lewin, a dinâmica de grupos visa os seguintes objectivos: o estudo das relações que se estabelecem entre os grupos primários e o seu meio envolvente; o estudo da influência exercida por um grupo sobre os seus membros; o estudo das relações afectivas dentro do grupo; o estudo dos factores de coesão e de divisão dentro do grupo; o estudo da divisão de tarefas e de papéis dentro do grupo.

Direcção executiva – Órgão de administração e gestão da escola ou do agrupamento de escolas que pode assumir a figura do director executivo ou do conselho executivo.

Direitos do Homem - Expressão que designa os direitos que cabem ao Homem em virtude do seu ser próprio e portanto independentemente dos condicionalismos económicos e sociais. Os Direitos do Homem têm a primazia face ao direito positivo e às leis dos países. De uma certa forma, devem inspirar o direito positivo. A ideia dos Direitos do Homem foi concebida, pela primeira vez, por Grócio, escritor e jurista holandês que viveu entre 1583 e 1645. Na sua obra Sobre o Direito da Guerra e da Paz, Grócio defende uma concepção subjectiva do Direito, considerada propriedade ligada ao sujeito livre. Essa concepção obriga à defesa de direitos naturais iguais para todos os homens. A defesa dos Direitos do Homem surge em todas as Constituições elaboradas pelas 13 Colónias da América do Norte e surge no preâmbulo da Declaração da Independência dos Estados Unidos da América. Os revolucionários franceses farão o mesmo, em 1789 e em 1793. Os direitos declarados pelos revolucionários franceses incluem a liberdade de pensamento, de expressão e de culto e as liberdades de comércio e de reunião.

Disciplina - A disciplina é um conceito polissémico. Pode designar um ramo do saber, por exemplo, a disciplina de Matemática e pode designar uma situação de respeito pelas regras e pelas normas. Na escola tradicional, a disciplina era sinónimo de ouvir atentamente o professor em silêncio e cumprir as regras e as normas escolares impostas pelo professor. As pedagogias personalistas defendem uma noção diferente de disciplina. O aluno deve respeitar as regras e as normas, mas estas estão sujeitas à
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discussão e à negociação. A participação na aprovação das regras é entendida como uma das principais fontes da disciplina. A manutenção da disciplina constitui uma preocupação de todas as épocas. Platão refere-se a ela na obra As Leis. Santo Agostinho dedica-lhe páginas nas Confissões.
A disciplina é um conceito de origem latina. Tem a mesma raiz que discípulo. Ao longo dos tempos, a palavra disciplina tem tido significados diferentes. Na Idade Média surgia associada a castigo ou a direcção moral. Com o Iluminismo, a disciplina surge associada a respeito e tolerância. Seja como for, a disciplina anda sempre associada à ideia de harmonia e convivência. Uma pessoa disciplinada é uma pessoa que cumpre as regras e que obedece à autoridade legítima.
Ver Disciplina Assertiva e Disciplina Indutiva.

Disciplina assertiva - Refere-se a uma forma de gestão da sala de aula que acentua a defesa pelo professor de comportamentos adequados, com o recurso atempado ao “feedback” face às infracções cometidas pelos alunos.

Disciplina indutiva - Refere-se a uma forma de gestão da sala de aula que acentua a discussão colectiva das consequências dos actos que evidenciam infracção às regras e normas. Procura-se levar o aluno que comete a infracção a raciocinar sobre as intenções e as consequências dos seus actos, de forma a evidenciar os malefícios que a infracção pode trazer ao colectivo.

Docimologia - Termo que designa o estudo dos exames. O desenvolvimento da docimologia, na primeira metade do século XX, veio mostrar a inconsistência das classificações dos examinadores. A docimologia ou ciência dos exames permite conhecer melhor os processos e procedimentos de classificação das provas. As críticas que têm vindo a ser feitas aos exames e o relevo cada vez maior que se dá aos processos de avaliação contínua têm colocado a docimologia numa posição secundária ao nível das ciências da educação.
Ver Avaliação

Dom - Designa uma aptidão natural e uma habilidade natural para realizar certas tarefas. Em pedagogia, a teoria dos dons está muito associada aos modelos de ensino personalistas e maturacionistas, os quais dão um relevo muito grande à hereditariedade e ao respeito pelas vocações e interesses dos alunos. Em sociologia, a teoria dos dons costuma estar associada à defesa de uma escola que reproduz a estrutura de classes, ou seja, a uma escola que não procura intencionalmente contrariar a influência do capital cultural e das heranças familiares no desempenho escolar.

Domínio afectivo - Refere-se aos processos que, na tipologia de Bloom, se relacionam directamente com os sentimentos, as emoções e os afectos e que podem expressar-se através dos níveis recepção, resposta, valorização organização e caracterização por um sistema de valores. O nível recepção manifesta a preocupação pela sensibilização do aluno para a existência de certos fenómenos ou estímulos, ou seja, que o aluno esteja disposto a recebê-los e a acolhê-los. O nível resposta vai além do mero acolhimento dos fenómenos e estímulos. O aluno está suficientemente motivado para prestar activamente atenção. O nível valorização implica a percepção de que algo tem valor. Implica a capacidade para atribuir um valor e para assumir uma convicção e uma atitude. O nível organização implica a capacidade para internalizar valores e para organizar os valores
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num sistema. O nível caracterização por um sistema de valores implica a assunção de uma hierarquia de valores.
Ver Bloom

Domínio cognitivo - Refere-se aos processos de pensamento e raciocínio que, na tipologia de Bloom, podem ser distribuídos pelos níveis de conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação. O nível conhecimento envolve a evocação de dados específicos e ideias gerais. Para efeitos de avaliação, envolve a recordação de factos e noções. O nível compreensão refere-se a um tipo de entendimento que permite ao aluno o conhecimento do que está a ser comunicado, mas não lhe exige o relacionamento com outro material. A compreensão exige, regra geral, a capacidade para interpretar e extrapolar. O nível aplicação implica a capacidade de utilizar abstracções em situações concretas e particulares. O nível análise implica a capacidade para desmontar uma comunicação nos seus elementos ou partes constituintes, de modo que a hierarquia de ideias se torna clara. O nível síntese implica a combinação de elementos a partes de modo a formar um todo. Pressupõe a capacidade para operar com fragmentos, partes e elementos, dispondo-os a combinando-os para que constituam uma estrutura. O nível avaliação pressupõe a capacidade para apreciar o valor de um material. Obriga à formulação de juízos avaliativos. Ver Bloom e Modelo de Ensino para a Mestria.

Doutrinamento - Termo que designa uma forma de ensinar valores que se baseia no princípio da autoridade e que concede pouco espaço para a discussão e o debate das questões éticas. Alguns modelos curriculares de educação do carácter têm sido acusados de usarem estratégias doutrinantes para ensinar valores, dado que impõem o respeito por um código de conduta que não foi objecto de discussão com os alunos.
Ver Modelo da Educação do Carácter.

Durkheim (Émile) - Émile Durkheim nasceu em Épinal, capital do Departamento de Vosgues, na Lorraine, em 15 de Abril de 1858. Oriundo de uma família de rabinos abastada, vê-se sem o pai ainda muito jovem. A mãe, Mélanie, era filha de um rico comerciante. O pai, Moisés, era rabino de Épinal e rabino-chefe dos Vosgues. Desde criança que Durkheim parecia destinado a ser rabino, tendo frequentado, durante algum tempo, uma escola judaica. Faz os estudos secundários no colégio de Épinal. Vai para Paris, onde faz os preparatórios para entrar na Escola Normal Superior. Em Paris, afasta-se do judaísmo. Será companheiro de Jean Jaurès, na célebre escola da rua de Ulm. Durante o período em que estuda na Escola Normal Superior, vive numa residencial para estudantes. Na Escola Normal Superior, trava amizade com intelectuais brilhantes, como o socialista Jean Jaurès e os filósofos Henri Bergson, Bustave Belot e Edmond Goblot. Torna-se conhecido como partidário da causa republicana e adere ao socialismo moderado. Em 1882 obtém a agregação em Filosofia e é nomeado professor de liceu em Sens e em Saint-Quentin. Embora entusiasmado pela política, Durkheim manteve-se sempre como um académico pouco interessado no exercício de cargos políticos. No ano lectivo de 1985-86, estuda ciências sociais na Alemanha, onde é discípulo de Wundt. Em 1987, publica três artigos na Revue Philosophique: “Os Estudos Recentes de Ciência Social”, “Ciência Positiva da Moral na Alemanha” e “A Filosofia nas Universidades Alemãs”. Em 1988, é nomeado professor de Pedagogia e de Ciência Social na Faculdade de Letras da Universidade de Bordéus. Em 1988, publica o artigo “Suicídio e Natalidade”. Em 1993, defende a Tese de Doutoramento, intitulada “Da Divisão do Trabalho”. Nos anos seguintes, publica “As Regras do Método
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Sociológico” e “O Suicídio”. Em 1898, funda os “Anais de Sociologia”, a primeira revista de ciências sociais de França. Nos últimos anos da vida, publica “As Formas Elementares da Vida religiosa”. Em 1915, durante a Primeira Guerra mundial, perde o seu único filho, André, nos campos de guerra da Bulgária. A morte do filho trouxe-lhe uma dor que o irá perseguir até à morte, dois anos depois. Um ano antes de morrer, publica dois livros sobre a guerra: “A Alemanha Acima de Tudo” e “A Mentalidade Alemã e a Guerra...” Durkheim morreu em Paris, no dia 15 de Novembro de 1917. Conheceu a fama e o reconhecimento. Pouco antes da sua morte já era considerado “o pai da sociologia”.
Durkheim publicou uma obra imensa e diversificada. Podemos agrupar os seus interesses em quatro temas: elaboração de uma metodologia científica para a sociologia, a educação moral, o estudo comparativo das religiões e a sociologia política. Sobre o primeiro tema, podemos destacar as seguintes obras: Da Divisão Social do Trabalho (1893); As Regras do Método Sociológico (1895); O Suicídio-Um Estudo Sociológico (1897); Sociologia e Ciências Sociais (1909); A Sociologia (1915). Sobre o segundo tema: A Educação Moral (1923); A Evolução Pedagógica em França (1950). Sobre o terceiro tema: As Formas Elementares da Vida Religiosa. Sobre o quarto tema: Sociologia e Filosofia (1925); O Socialismo (1928); Montesquieu e Rousseau, Precursores da Sociologia (1953).

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