Taxonomia
cognitiva -
É uma tipologia de classificação dos processos intelectuais que intervêm no
conhecimento.
Ver Bloom e
Planificação.
Taxonomia
psicomotora -
Considera os processos que intervêm na exploração sensorio-motora do ambiente e
que dizem respeito às funções motoras que contribuem para o desenvolvimento da
inteligência.
Ver Bloom e
Planificação.
Taxonomia
sócio-afectiva -
Reporta-se aos processos que intervêm ao nível das modalidades relacionais
entre as pessoas e ao conjunto das atitudes e valores revelados pelos processos
de interacção social. Ver Bloom.
Teoria
cognitivista de Selman – Teoria que defende uma perspectiva
cognitivo-desenvolvimentista da relação humana. Apoiando-se na teoria de Piaget
e Kohlberg, Selman criou um modelo de tomada de perspectiva social que procura
explicar o modo como a pessoa se percepciona a si própria e em relação ao
outro. Para Selman, há cinco níveis de tomada de perspectiva social: o nível 0,
dos 3 aos 6 anos de idade, caracterizado pelo egocentrismo; o nível 1, dos 5
aos 9 anos de idade, caracterizado pela subjectividade; o nível 2, dos 9 aos 12
anos de idade, caracterizado pela reciprocidade; o nível 3, dos 12 aos 15 anos
de idade, caracterizado pela mutualidade; o nível 4, a partir dos 15 anos de
idade, caracterizado pela intimidade auto-reflexiva.
Teoria
cognitivo-desenvolvimentista da aprendizagem - É uma teoria que tem as suas
raízes no pensamento de Jean Piaget. Os seus estudos permitiram-lhe provar que
o conhecimento é construído pela criança através da interacção com o ambiente.
A teoria dos estádios do desenvolvimento cognitivo constitui a base da
aprendizagem construtivista. para esta teoria, o conhecimento não existe no
exterior do indivíduo. Não faz sentido situar o conhecimento aqui ou acolá,
porque se trata de uma construção da criança sempre que age com o ambiente. O
conhecimento é o resultado da interacção das experiências externas, quer sejam
físicas ou sociais, com as estruturas mentais internas. É a partir dessa
interacção que surge a motivação para aprender. A criança
125
aprende
tanto mais quanto mais estimulante for o problema que pretende resolver.
Contudo, o problema não pode ser nem demasiado fácil nem demasiado difícil,
isto é, deverá ser moderadamente discrepante para que o conflito cognitivo,
gerado pelo problema, possa ser compreendido pelas estruturas cognitivas da
criança. As implicações educativas desta teoria são as seguintes: a educação
deve estimular a formação de estruturas cognitivas; a planificação e a condução
do ensino devem ter em conta cada estádio do desenvolvimento cognitivo do
aluno; a educação deve privilegiar a motivação intrínseca, através da
participação activa nos processo de descoberta; a educação deve proporcionar um
ambiente intelectualmente estimulante que suscite a aprendizagem pela
descoberta; os papéis do professor são, sobretudo, a dinamização de situações
problemáticas, a animação dos grupos e a facilitação da aprendizagem.
Ver Piaget,
Kohlberg e Modelo Interactivo.
Teoria
comportamentalista da aprendizagem - Os nomes que mais contribuíram para a
divulgação desta teoria foram Watson e Skinner. Estes autores defendem que as
forças mais importantes na aprendizagem da criança são externas. Skinner é o
pais da teoria do condicionamento operante e acredita que o comportamento
positivamente reforçado tende a repetir-se, enquanto o comportamento ignorado
ou punido tenderá a desaparecer. A teoria comportamentalista assume que toda a
aprendizagem é resultado da experiência. Ensinar é transferir o conhecimento
que existe no ambiente para a mente da criança, pouco a pouco, a partir do
simples para o complexo. A simplificação do conhecimento e a divisão do saber
em pequenas parcelas constituem duas características centrais da teoria
comportamentalista. A planificação rigorosa das experiências de aprendizagem
revela-se uma tarefa essencial no processo de ensino. A prontidão para aprender
depende das aprendizagens anteriores. A motivação impõe-se do exterior. O papel
do professor é planificar, guiar, emitir estímulos e organizar de forma directa
o ensino.
Ver Behaviorismo,
Skinner e Bloom.
Teoria da
auto-actualização de Maslow – Abraham Maslow, à semelhança de
Carl Rogers, foi um dos fundadores da teoria psicológica humanista e
personalista. Os valores acentuados pela teoria de Maslow são a criatividade, a
estima, o amor e o altruísmo. Um homem que aspira à perfeição procura a
verdade, a justiça, a bondade, a beleza, a tranquilidade e a alegria. O
processo de auto-actualização do Homem exige a aceitação de si, a aceitação dos
outros, o respeito pela natureza, a simplicidade, a autenticidade, o
desprendimento, a privacidade, a criatividade e a transcendência. Maslow ficou
conhecido pela concepção da pirâmide das necessidades básicas. Segundo Maslow,
o Homem tem necessidades fisiológicas, de segurança, de estima, de amor e de
actualização. A não satisfação destas necessidades é um obstáculo ao
desenvolvimento pessoal e social.
Teoria da
desescolarização –
Criada por Ivan Ilich, um autor austríaco que se encarregou de diversas missões
culturais em países da América Latina, nos anos 60, esta teoria baseia-se na
defesa do descrédito das instituições sociais e, em particular, das escolas.
Esse descrédito explica-se não só pela relação entre essas instituições sociais
e a perpetuação da opressão e da exploração, como pelo facto de se terem
tornado ineficazes face às alternativas informais, surgidas espontaneamente, a
partir dos grupos da sociedade civil. A escola é vista como uma instituição
particularmente nociva, autoritária e repressora, à semelhança dos quartéis,
das prisões e hospitais psiquiátricos.
126
Ao
defender a libertação do Homem das instituições sociais que o oprimem e
escravizam, Illich antevisa uma sociedade libertária, sem sujeições e sem
controlos burocráticos. A escola, entendida como uma agência que prepara as
novas gerações para aceitarem uma sociedade desigual, alienante e opressora,
deverá ser substituída por redes informais de saber e cultura, sem diplomas,
selecção ou competição. Essas redes seriam de quatro tipos: redes culturais, do
tipo bibliotecas, laboratórios e museus; redes de habilidades e competências,
do tipo oficinas; redes de encontros pessoais, do tipo clubes de divorciados;
redes educativas, do tipo salas de estudo ou círculos de estudo. O sociólogo
libertário norte-americano Everett Reimar, à semelhança de Ivan Illitch, propõe
um programa de desaparecimento das escolas, com a criação, em alternativa, de
redes de livre escolha, onde cada um poderia oferecer os seus serviços educativos
e cada qual poderia optar pelos formadores que mais lhe interessassem, um pouco
á semelhança do que acontecia com as academias nas cidades-estado da Grécia
Clássica. A desescolarização da sociedade deveria ser acompanhada por um
programa de educação pessoal em três pontos: diminuir drasticamente a produção
e o consumo, partilhar o trabalho, os bens e as necessidades e conservar o
ambiente natural. Paul Goodman, um sociólogo norte-americano anarquista,
associou-se às críticas de Illich e Reimer, defendendo o fim da escolaridade
obrigatória e a desinstitucionalização da sociedade. Para Goodman as escolas
põem em perigo a iniciativa individual, a imaginação, a liberdade e a
autoconfiança, uma vez que remetem para o insucesso uma percentagem
significativa de jovens e, por outro lado, concedem diplomas e títulos
profissionais sem valor social.
Ver Illich
Teoria de ensino
-
Conjunto de ideias e de conceitos, organizados num sistema coerente e lógico
que visa explicitar o processo de ensino e aprendizagem. As teorias de ensino
são representadas pelas concepções filosóficas e psicológicas que explicam os
fins e os meios da educação.
Teoria marxista
da educação –
Partindo da ideia de que a sociedade capitalista se baseia em relações de
exploração, a teoria marxista da educação encara a educação como um instrumento
de submissão das classes oprimidas e uma forma de reprodução das desigualdades
sociais. Louis Althusser vê a escola como um aparelho ideológico do estado.
Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron viram-na como uma agência de reprodução
das desigualdades sociais. A sociedade burguesa, afirmam, baseia-se no conflito
de classes e, por isso, a classe dominante serve-se da escola para legitimar o
seu domínio e os seus privilégios. Neste sentido, a educação representa uma
verdadeira violência simbólica contra as massas oprimidas. Bowles e Gintis
olham para a escola como um lugar que reflecte as contradições da sociedade
capitalista e consideram que a reforma da escola não passa de uma ilusão.
Bowles e Gintis consideram que existe uma correspondência entre a escola e a
sociedade, uma vez que a escola reproduz a estrutura da sociedade capitalista e
prepara as classes oprimidas para aceitarem a situação de opressão.
Ver Althusser,
Pedagogia Crítica, Pedagogia Pós-moderna e Pedagogia de Paulo Freire
Teoria
funcionalista da educação – A teoria funcionalista, tal como foi definida,
primeiro, por E. Durkheim e, mais tarde, T. Parsons, defende que a função
desempenhada por uma instituição social depende do papel que ela joga na
manutenção da coesão social. A escola é vista como uma instituição social por
execelência uma vez
127
que
é um relevante factor de socialização e de integração social. Para além disso,
a escola prepara a mão de obra para a sociedade e contribui para a selecção da
população activa.
Ver Durkheim
Teoria
maturacionista da aprendizagem - Quando falamos de maturacionismo, não
podemos deixar de evocar o nome de Arnold Gesell que, nos anos 40 e 50,
desenvolveu um trabalho notável na Universidade de Yale, de que resultou um
conjunto de livros sobre a criança que se tornaram clássicos. Esta teoria
explica as mudanças de comportamento pela maturação física do sistema nervoso,
o qual é controlado pelos genes, através da hereditariedade. As diferenças no
comportamento não são atribuídas a diferenças na experiência, mas à
hereditariedade. De acordo com esta teoria, como é que a criança desenvolve as
competências intelectuais, tais como falar, contar e ler? Gesell dirá que as
experiências influenciam o que a criança aprende, mas o quando aprende depende
basicamente da maturidade intelectual e física da criança.
Ver Gesell.
Teoria da
reprodução social -
Expressão que designa uma teoria sociológica, muito popular nos anos 60 e 70,
que explicava as diferenças nos resultados escolares ao facto de a escola ser
um aparelho ideológico do estado capitalista e, portanto, reproduzir a actual
estrutura de classes. de acordo com esta teoria, a cultura escolar tende a
valorizar a cultura familiar dos “herdeiros”, ou seja dos alunos oriundos das
famílias mais escolarizadas, e a desvalorizar e penalizar as culturas que lhe
estão mais distantes, nomeadamente as culturas não letradas.
Ver Bourdieu
e Althusser.
Teoria dos
códigos linguísticos de Basil Bernstein - O sociólogo britânico, Basil
Bernstein, constitui uma referência básica da sociologia da educação dos anos
60 e 70 e a sua originalidade explica-se pelo facto de ter estudado e colocado
em evidência o papel que o uso e o domínio da linguagem têm no desempenho
escolar. Este autor relacionou o uso dos códigos linguísticos com o meio social
e o tipo de família e teve em consideração a forma como se desenvolve a
socialização familiar da criança. Em certas famílias, as relações interpessoais
são mais directas e autoritárias, as regras não são objecto de explicitação ou
negociação e o discurso é pobre. Esta socialização primária é típica das
famílias mais desfavorecidas, as quais desenvolvem nas crianças um código
restrito. Noutras famílias, as relações interpessoais são mais próximas e
humanizadas, as regras são objecto de clarificação e consenso e o discurso é
mais elaborado e rico. Esta socialização primária é típica das famílias da nova
classe média e tende a desenvolver nas crianças o acesso a um código elaborado.
Basil Bernstein mostrou que a cultura escolar privilegia o código elaborado e
penaliza os alunos que se ficam pelo uso de um código restrito. A utilização de
um código restrito gera significados particularistas, na medida em que para
serem compreendidos têm que ser completados pelo conhecimento do contexto. A
utilização de um código elaborado gera significados universalistas, na medida
em que podem ser entendidos sem ligações ao contexto em que foram produzidos.
Teoria dos dons - Expressão que
designa as teorias sociológicas que explicam os resultados escolares através de
variáveis internas ao aluno, nomeadamente a sua aptidão intelectual. Esta
teoria teve grande impacto na primeira metade do século XX. Atribuía as
diferenças nos resultados escolares às capacidades inatas dos alunos.
128
Teste
-
É uma prova estritamente definida nas suas condições de aplicação e no seu modo
de notação, que permite situar um sujeito em relação a uma população ela
própria bem definida.
Ver Avaliação.
Teste referente
a critérios -
São testes que são elaborados de modo a permitirem interpretar o desempenho do
aluno relativamente a um conjunto bem definido de competências. Há quem prefira
chamar-lhes testes de competência ou testes de proficiência.
Ver Avaliação.
Teste referente
a normas -
São testes que comparam resultados obtidos por aqueles que se submetem ao
teste. Esta comparação pode ser dois tipos: ou compara entre si os resultados
conseguidos pelos membros de um dado grupo ou compara os resultados de um
determinado indivíduo ou grupo com os obtidos por um grupo-padrão, resultados
esses que passam a representar as normas para aquele teste. Para os leitores
interessados em aprofundar este tema sugiro a leitura do livro de Lucie
Carrilho Ribeiro (1989), Avaliação da Aprendizagem, Texto Editora.
Ver Avaliação.
Thorndike
(Edward Lee) -
Psicólogo norte-americano nascido em 1874. Deixou uma vasta obra sobre teorias
da aprendizagem. Produziu muitas investigações sobre os reflexos condicionados
e formulou a teoria do efeito Thorndike que estipula a existência de uma
relação entre a satisfação obtida com uma acção particular e a aprendizagem. As suas obras principais foram: Educational
Psychology, Animal Intelligence, The Measurement of Intelligence e
Human Nature and Social Order. Constitui uma referência fundamental na
psicologia da aprendizagem.
Ver Reforço,
Reflexo Condicionado, Teoria Comportamentalista e Behaviorismo.
Tipologia de
Joyce Epstein -
Esta tipologia agrupa as actividades de colaboração família/escola em 6 tipos:
tipo 1 - ajuda da escola às famílias - as escolas proporcionam
assistência às famílias para que estas consigam cumprir as suas obrigações
básicas com o vestuário, alimentação e saúde; tipo 2 - comunicação
escola-famílias - as escolas comunicam regularmente com as famílias acerca
do progresso dos alunos e sobre o programa educativo; tipo 3 - ajuda da
família à escola - envolvimento da família em actividades de voluntariado
na escola; tipo 4 - envolvimento da família no processo educativo em casa -
apoio na realização dos trabalhos de casa e apoio ao estudo; tipo 5 - participação
na tomada de decisões e na direcção da escola - desempenho de tarefas nos
órgãos da escola; tipo 6 - intercâmbio com a comunidade - partilha de
responsabilidades e recursos entre a escola e as instituições comunitárias que
trabalham com as crianças e os jovens.
Ver Envolvimento
dos Pais, Participação dos Pais, Escolas Difíceis de Alcançar e Don
Davies.
Tolerância - O Dicionário
Etimológico da Língua Portuguesa de José Pedro Machado dá-nos a seguinte
definição de tolerância: "Do latim tolerantia, constância a
suportar, resistência; paciência". E de uma pessoa tolerante, diz-se que é
alguém que suporta e
129
que
resiste. O verbo tolerar vem do latim tolerare, que significa levar,
suportar um peso, um fardo, aguentar, sofrer, persistir, suster, manter e
resistir.
O citado
Dicionário dá-nos a seguinte definição de respeito: tomar em consideração e
preocupar-se com. Vem do latim respectare, que significa olhar para trás
e estar à espera.
Quer isto dizer
que tolerar não é amar, nem tão pouco, apreciar. Tolera-se aquilo de que não se
gosta, mas que se é obrigado a aceitar e, na melhor das hipóteses, a
compreender, para evitar o conflito e a violência. Estamos perante um valor
necessário e importante, mas muito insuficiente. Seria um valor suficiente,
caso a nossa vida ética se limitasse ao cumprimento dos deveres, ao respeito
pelos contratos e ao respeito pela regra de ouro, ou seja, da máxima "não
faças aos outros o que não queres que te façam a ti". A tolerância é um
valor estruturante do campo social da ética, ou seja do processo de ordenação e
de hierarquização dos valores que norteiam o nosso relacionamento com os
outros, com os grupos e com a sociedade. Não é, no entanto, um valor estruturante
do campo pessoal da ética, ou seja, do processo de hierarquização dos valores
que norteiam e ordenam as prioridades da nossa vida. Comparada com o respeito,
a tolerância não passa de uma valor de resistência, o qual não pode deixar de
ocupar uma posição subordinada ao respeito. Ou seja, embora o respeito implique
um uso equilibrado, isto é sem excesso e sem defeito, da tolerância, com o
respeito estamos perante um valor activo, profundamente abrangente,
estruturante tanto do campo pessoal como do campo social da ética e mobilizador
de uma ética máxima norteada pela finalidade culminante do amor.
A tolerância
obriga a respeitar a regra de ouro: "não faças aos outros o que não queres
que te façam a ti". Neste sentido, estamos perante uma ética do dever, deontológica
portanto, que se limita a evitar fazer mal aos outros. Trata-se de uma
polaridade meramente passiva.
Ver Locke
Trabalho
independente -
Método de ensino que consiste em permitir que os alunos desenvolvam um
projecto, tendo em conta os objectivos definidos, sem a orientação directa do
professor. Os objectivos do trabalho independente são: promover a autonomia do
aluno; promover a interdisciplinaridade; melhorar o interesse do aluno pela
aprendizagem.
Ver Modelo
Não Directivo, Modelo Interactivo e Modelo da Escola Moderna.
Transferência da
aprendizagem -
Conceito que designa o processo de aplicação do conhecimento e das competências
a situações novas. Na tipologia de Bloom, entende-se que os níveis aplicação,
análise, síntese e avaliação encerram potencialidades de transferência da
aprendizagem.
Tseu (Lao) - Pouco se sabe,
ao certo, sobre esta personagem mítica que terá sido contemporâneo de Confúcio.
Nascido na China há mais de 25 séculos, provavelmente em 570 a.C., Lao Tseu era
conhecido pelo “velho mestre” e a sua doutrina foi considerada durante muitos
séculos, por muitos dos seus seguidores, como a suprema arte de viver. Segundo
algumas fontes, Lao Tseu terá morrido em 490 a.C., segundo outras fontes, terá
vivido mais de cem anos. A primeira biografia conhecida que lhe foi destinada
foi escrita pelo historiador chinês Sse-ma Tsien, cerca de um século antes do
nascimento de Jesus Cristo. A fazer fé nessa biografia, o velho mestre foi
funcionário, provavelmente bibliotecário, na Corte dos Tcheuu, no século VI
a.C. O seu nome de família terá sido Li e o seu nascimento terá ocorrido em
Lou-yi, Província de Henan,
130
onde
foi erigido um santuário em sua honra, conhecido pelo Templo de Tai Tsing Kong.
Segundo o historiador chinês Sse-ma Tsien, o Livro da Via e da Virtude poderá
ter sido escrito por Li Erh, um bibliotecário dos arquivos imperiais que terá
usado o pseudónimo de Lao Tseu. O Livro da Via e da Virtude possui 5.250
palavras, agrupadas em 81 secções, e constitui os fundamentos de uma religião a
que se deu o nome de Taoísmo. Segundo os seguidores de Lao Tseu, este terá tido
um encontro com Confúcio, no qual terão trocado algumas ideias acerca da arte
de viver. Confúcio terá ficado impressionado com a sabedoria do velho mestre
chinês. Não há, contudo, provas históricas de que o encontro se tenha
verificado, embora seja de admitir que tenham sido contemporâneos.
Provavelmente, esse encontro terá sido forjado pelos seguidores de Lao Tseu.
Mesmo que tenha existido, não parece provável que Confúcio pudesse mostrar
admiração pelos ensinamentos de Lao Tseu, tal é a oposição entre as duas
doutrinas. Na verdade, Confúcio teria visto o pensamento de Lao Tseu como uma
ameaça perigosa ao cumprimento dos ritos, à estabilidade das instituições, ao
respeito pelo amor filial e pelo dever. Tao te King não contém uma única
referência aos conceitos básicos de Confúcio. Ao acentuar a espontaneidade e a
harmonia com a natureza, o Livro da Via e da Virtude representa uma
rebelião contra a obsessão de Confúcio pelo cumprimento do dever, respeito
pelos ritos e manutenção da ordem. À semelhança de Confúcio, Lao Tseu
deixou-nos apenas uma obra, a que deu o nome de Tao te King, ou Livro
da Via e da Virtude. Provavelmente descontente com o clima de corrupção e
de intrigas políticas comuns na Corte dos Tcheuu, Lao Tseu - igualmente à
semelhança de Confúcio - terá deixado a sua cidade, após o que viajou pela
China e, segundo os seus discípulos, pela Índia. A sua possível permanência na
Índia não pode ser confirmada, nem por testemunhos nem por vestígios.
Provavelmente, a sua viagem pela Índia não passou de um mito criado pelos seus
seguidores e fiéis, alguns séculos depois da sua morte. Crê-se que Lao Tseu
terá sido abordado por um guarda fronteiriço, durante uma das suas viagens,
numa cidade fronteiriça da China, próxima do Continente Indiano. Segundo a
lenda, Lao Tseu terá ditado a esse guarda fronteiriço os ensinamentos que
constam do Livro da Via e da Virtude, após o que terá viajado, de
seguida, para Oeste, em direcção à Índia, para nunca mais voltar à China. A
partir daí, nunca mais se ouvirá falar dele. Os seus fiéis dirão, séculos mais
tarde, que Lao Tseu terá partido para Ocidente com a finalidade de converter os
bárbaros aos seu ensinamentos, dando fundamento àquilo que viria a ser
conhecido, mais tarde, por Budismo. Alguns dos seus fiéis foram ao ponto de
afirmar, sem provas, que Lao Tseu teria sido o próprio Buda. As semelhanças
filosóficas entre o Budismo e o Taoismo são evidentes e, provavelmente,
explicam a lenda surgida em torno do Buda que terá sido Lao Tseu. Na China, os
ensinamentos de Lao Tseu tiveram muitos seguidores. No século II, Lao Tseu
tornou-se um dos sábios mais queridos dos chineses, criando à sua volta uma das
religiões com mais adeptos no Sudeste Asiático, o Taoísmo. No século VIII, à
semelhança de Os Analectos de Confúcio, o Livro da Via e da Virtude de
Lao Tseu tornou-se um dos textos canónicos da China Imperial, sendo de
referência obrigatória nos exames para o alto funcionalismo público.
Tutor - Em Portugal
existe a figura do director de turma que desempenha funções de tutoria.
Cabe-lhe não só a orientação pedagógica dos alunos de uma turma, mas também a
comunicação com os encarregados de educação. O tutor exerce uma influência
importante como elemento de ligação entre os professores de uma turma e os
alunos dessa turma. É suposto, também, que o tutor exerça influência na
integração escolar do aluno e no seu desenvolvimento pessoal e social.
131
Ver
Director de Turma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário