Padrão cultural - cada grupo social
possui uma matriz definidora dos comportamentos, atitudes e valores
consensualmente aceitáveis que permitem a identificação ao grupo de pertença.
Essa matriz pode assumir a forma de código cultural construído a partir dos
valores partilhados pelo grupo. O código cultural permite distinguir os que
fazem parte do grupo dos restantes.
Ver Hirsch,
Currículo Nacional, Modelo da Escola Cultural e Modelo
Centrista.
Padrão de
desempenho -
É um critério de proficiência que estabelece índices de realização escolar.
100
Padre
Usera –
Mariano Usera e Alarcón nasceu, em Madrid, no dia 15 de Setembro de 1810, no
seio de uma família da aristocracia. Em 1824, ingressou na Ordem Cisterciense
adoptando o nome de Frei Jerónimo. Entre 1825 e 1834, frequentou vários cursos
nos colégios da Ordem Cisterciense e na Universidade. Foi ordenado sacerdote em
1834. Em 1837, na sequência da perseguição às ordens religiosas, Frei Jerónimo
viu-se forçado a abandonar a Ordem, embora conservasse a função de pároco. Em
1840, regressou a Madrid para leccionar na Universidade. Em 1845, fez-se
missionário e rumou para Santiago de Cuba, onde esteve algum tempo até ser
transferido para Porto Rico. Será em Porto Rico que o Padre Usera abrirá o
primeiro colégio, com o objectivo de ensinar os princípios básicos da religião
e ensinar a ler, escrever e contar. Com a juda das religiosas do Amor de Deus,
o Padre Usera fundou, a partir de 1864, vários colégios para raparigas, em
Cuba, para onde regressou como Deão de Havana. Em 1883, fundou, ainda, a
“Sociedade Protectora dos Meninos da Ilha de Cuba”. Morreu aos 81 anos em
Havana, decorria o ano de 1891. Os colégios fundados pelo Padre Usera, em Cuba,
viriam a ser encerrados, em 1960, na sequência da Revolução Cubana. À
semelhança da pedagogia de Juan Bosco, a obra pedagógica do Padre Usera
inspirou-se no humanismo e personalismo cristão, procurando educar no e para o
amor e oferecer assistência, afecto e protecção às crianças pobres.
Participação dos
pais -
Joyce Epstein usa esta expressão para designar formas de relacionamento
superiores entre a escola e os pais, nomeadamente a participação dos pais nos
órgãos de gestão escolares e nas associações de pais. Este nível de
relacionamento ainda não está generalizado em todas as escolas públicas portuguesas,
embora a legislação escolar permita a participação de representantes dos pais
no Conselho de Escola e no Conselho Pedagógico.
Ver Tipologia
de Joyce Epstein, Escolas Difíceis de Alcançar e Don Davies.
Participação na
elaboração das regras - Expressão que designa a possibilidade dada aos
alunos para colaborarem com os professores no processo de concepção e aprovação
das normas e regras escolares. Essa possibilidade pode ser alargada à
elaboração e aprovação do regulamento da escola e do código de conduta. Os
autores que defendem essa participação afirmam que essa é uma forma de educação
para a cidadania. Por outro lado, os alunos passam a compreender melhor as
regras e interiorizam a necessidade de as cumprirem. Jean Piaget e Lawerence
Kohlberg estão entre os autores que mais defenderam essa participação. Kohlberg
desenvolveu uma abordagem de educação dos valores, a que deu o nome de
“abordagem comunidade justa” que se baseia na participação dos alunos nos
processos deliberativos escolares.
Ver Modelo
Comunidade Justa e Modelo da Escola Moderna.
Pavlov (Ivan) - Ivan Pavlov
nasceu em 1849, na cidade de Ryazan, na Rússia. Foi Prémio Nobel da Medicina
pelos seus trabalhos sobre a fisiologia do sistema digestivo. Estudou na
Universidade de S. Petersburg e na Academia Médica Militar, de S. Petersburg.
De 1884 a 1886, estudou em Breslau, na Polónia e em Leipzig, na Alemanha. Antes
da Revolução Russa, foi director do Instituto de Medicina Experimental de S.
Petersburg. Foi professor na Academia Médica Militar. Apesar de se opor ao
regime comunista, foi-lhe permitido continuar o seu trabalho pioneiro no estudo
da fisiologia do coração, do sistema nervoso e do sistema digestivo. Os seus
estudos sobre os reflexos condicionados em cães foram determinantes para o desenvolvimento
101
da
teoria clássica do condicionamento. A sua principal obra foi publicada em 1926
com o título de Reflexos Condicionados. Morreu em 1936.
Ver Reflexo
Condicionado.
Pedagogia - Designa a
ciência da educação das crianças e arte e a técnica de ensinar. De uma forma
mais geral, a pedagogia é a reflexão sobre as teorias, os modelos, os métodos e
as técnicas de ensino para lhes apreciar o valor e lhes procurar a eficácia. A
pedagogia destina-se a melhorar os procedimentos e os meios com vista à
obtenção dos fins educacionais.
Ver Modelo
Directivo, Modelo Não Directivo, Modelo Interactivo, Modelo Comunidade Justa,
Modelo Centrista, Modelo da Escola Cultural, Modelo Maria Montessori, Modelo
Libertário e Modelo Paideia.
Pedagogia
crítica -
Embora quase todos os conceitos desenvolvidos pelos teóricos da pedagogia
crítica se possam encontrar nas obras clássicas do marxismo-leninismo,
nomeadamente os Manuscritos Económico-Filosóficos e O Capital, de
Karl Marx e Que Fazer?, de Lenin, as suas propostas e a sua estratégia
encontram inspiração directa no pensamento político do comunista italiano
Gramsci, o qual, como é sabido, acrescentou à concepção clássica marxista do
materialismo dialéctico, segundo a qual a cultura e a educação eram vistas como
uma superestrutura derivada e determinada pela infra-estrutura
económico-social, uma nova concepção que dá uma maior margem de autonomia ao
domínio da cultura, da educação e da escola, as quais, na concepção de Gramsci,
podem agir na transformação da infra-estrutura, caso aquelas sejam dominadas
pelos intelectuais revolucionários. Contudo, no essencial, as diferenças entre
a pedagogia crítica e a pedagogia marxista clássica, não são muito grandes.
Senão, repare-se, nas características comuns. Enquanto Marx e Lenin se referiam
aos intelectuais revolucionários e Gramsci aos intelectuais orgânicos, os
teóricos da pedagogia crítica referem-se aos intelectuais transformadores.
Embora com designações diferentes, todas elas designam o mesmo. Em ambas, a
educação deve fazer-se no seio do grupo, por meio do grupo, para emancipar o
grupo; defesa da incorporação do trabalho produtivo no currículo escolar e da
formação polivalente do indivíduo, com integração total do trabalho intelectual
com o trabalho produtivo; procura da formação de um “homem novo”, liberto da
alienação, crítico da cultura e da civilização burguesas e aberto à
participação no combate a favor das culturas oprimidas; defesa de que a
educação compete ao Estado, o qual deve não só financiar como administrar e
prover os serviços educativos; defesa de que a educação não tem como finalidade
o desenvolvimento das potencialidades de cada pessoa, mas não à regionalização!
a libertação e emancipação de entidades colectivas, as minorias oprimidas,
consideradas eleitas e portadoras do futuro. Por último, nos dois casos, o
aluno não é visto como um pessoa em formação, um aprendiz que com a ajuda do
professor se liberta da ignorância e desperta para a sua vocação, mas não à
regionalização! como um produtor, um trabalhador, alguém que deve ser capaz de
chamar a si os anseios, as finalidades e a estratégia do colectivo. Apesar
destas semelhanças, ressalta uma diferença que, no entanto, é apenas aparente:
enquanto a pedagogia marxista clássica defendia uma escola única, igual para
todos, polivalente, um elo numa cadeia centralizada comandada pelo partido
revolucionário, a pedagogia crítica aposta na promoção da diversidade
curricular e cultural, na fragmentação curricular, na autonomia do
estabelecimento de ensino, na criação de novas dependências locais, enfim, na
autogestão da instituição escolar. Esta diferença é aparente porque, enquanto a
pedagogia marxista clássica visa a conservação e perpetuação do poder
controlado pelo partido revolucionário, a
102
pedagogia
crítica aspira à conquista do poder. Na primeira, o poder já está nas mãos do
partido revolucionário que, portanto, controla, na totalidade, a escola e o
currículo. Daí a defesa de uma escola igual para todos, com um currículo
nacional, centralizada e comandada pelo partido. Na segunda, a escola e o
currículo continuam ao serviço das classes dominantes, apesar da resistência
contra-hegemónica dos intelectuais transformadores. Daí a procura da
diversificação e flexibilização curriculares, porque propiciadoras do enfraquecimento
do currículo canónico, chamado pelos pedagogos críticos de currículo
hegemónico. Sendo certo que esta diferença não é desprezível, a verdade é que a
finalidade continua a mesma: fazer da pedagogia uma instrumento da política e
da escola o espaço preponderante da educação política das novas gerações,
embora as palavras com que esta mensagem é transmitida sejam diferentes. Na
pedagogia marxista clássica, diz-se que a escola serve para formar o “homem
novo”, o homem socialista, plenamente integrado no colectivo e capaz de
subordinar o seu projecto pessoal ao projecto colectivo da revolução
socialista. Na pedagogia crítica, diz-se que a função da escola é emancipar,
libertar, “conscientizar”, dar poder. No primeiro caso, diz-se que o currículo baseado
na cultura ocidental representa apenas os interesses da classe dominante,
constituindo uma peça fundamental do aparelho ideológico do estado, ao serviço
da exploração. No segundo caso, diz-se que o currículo baseado na cultura
ocidental é hegemónico, alienante e impeditivo da expressão das culturas das
minorias oprimidas. Num caso e noutro, a questão central é a conquista do
poder. Na pedagogia marxista clássica a meritocracia é substituída pela
lealdade ao partido e pelo carácter de classe. Pertencer ao partido, fazer
parte da “nomenclatura” e ser oriundo da classe operária dá direito a
beneficiar de uma "discriminação positiva” e é o passaporte para as
melhores escolas do Estado. Na pedagogia crítica, a meritocracia é substituída
pela igualdade nas aprendizagens, o nivelamento e o direito à discriminação
positiva, por parte das minorias desprovidas de poder económico e cultural. A
escola continua a seleccionar? Há alunos que são bem sucedidos na escola,
enquanto outros continuam a falhar? A resposta da pedagogia crítica passa pela
eliminação do currículo elitista e hegemónico e diferenciação dos currículos,
tanto quanto seja necessário, para que todos os alunos sejam bem sucedidos. O
professor cuida mais do que ensina. O professor cuida, partilha o seu poder com
os alunos, promove nos alunos a capacidade para exercer o poder, ajuda o aluno
a tomar consciência das desigualdades e da opressão e promove a interiorização
dos “novos valores”. Tal como o marxismo clássico originou várias correntes,
nomeadamente o maoísmo, o eurocomunismo e o neo-marxismo, também a partir da
pedagogia clássica marxista surgiram correntes pedagógicas que importa
caracterizar para se poder perceber melhor as verdadeiras influências da
pedagogia crítica.
Por
um lado, a corrente do marxismo psicanalítico, surgido na Alemanha, na década
de 30 e que, com o advento do nazismo, se refugiou nos Estados Unidos da
América, estendendo a sua base de apoio a algumas universidades americanas.
Wilhelm Reich, que considerava ser a exploração capitalista, expressa no
controlo dos meios de produção por parte de grupos restritos, acompanhada pela
exploração e repressão sexual, feita com base na predominância da escola
burguesa e da moral judaico-cristã, os factores que explicam a alienação humana.
Com
algumas afinidades a Wilhelm Reich, há que acentuar, também, a influência de um
grupo de filósofos neo-marxistas, ancorados na Escola de Frankfurt e que, na
década de 40, encontraram refúgio e protecção nas Universidades da pátria do
capitalismo. Estou a referir-me, sobretudo, a Herbert Marcuse que terá
oportunidade de, com a sua célebre obra O Homem Unidimensional, conhecer
grande notoriedade nos meios intelectuais e estudantis de esquerda, na qual
defende que a exploração
103
capitalista, baseada nos princípios da
produtividade, rendimento e meritocracia, está a aniquilar a vida afectiva,
lúdica e imaginativa das massas oprimidas, agora identificadas com as minorias
étnicas e as minorias sexuais, já que Marcuse teve a oportunidade de verificar,
in loco, a integração pacífica e auto-aceite do proletariado no modo de vida
capitalista e na cultura burguesa.
A
influência de Marcuse e de Adorno, dois expoentes da Escola de Frankfurt,
refugiados nos Estados Unidos da América, fez-se sentir, sobretudo, em dois
aspectos: na mudança das entidades colectivas portadoras de futuro ( as
minorias oprimidas) que deixam de ser identificadas com a classe operária,
entretanto integrada no sistema, para passarem a incluir as mulheres, as
minorias étnicas, as minorias sexuais e os trabalhadores oprimidos do Terceiro
Mundo e, por outro lado, no combate cultural aos valores tradicionais da
Civilização Ocidental. Como o cânone ocidental, os clássicos e as grandes obras
representam a defesa das virtudes tradicionais, que estão no cerne da
Civilização Ocidental, a crítica de Marcuse aos valores tradicionais e ao
cânone cultural do Ocidente veio a constituir uma das principais influências da
nova pedagogia crítica.
Pedagogia da
coacção –
Quando se considera ser a natureza humana incapaz de avançar, com autonomia,
para a perfeição, é necessário que a educação e a cultura exerçam uma função
correctora das tendências naturais, afim de transformar o indivíduo em pessoa.
Segundo este modelo, a educação tem como função implantar na natureza humana
uma série de propriedades que lhe são alheias, mas que são necessárias para que
a pessoa atinja um nível superior.
Pedagogia da
descoberta -
Expressão que designa os modelos pedagógicos influenciados pela teoria
cognitivo-desenvolvimentista e em particular pela teoria cognitiva de Jean
Piaget e que acentuam a aprendizagem pela descoberta, a resolução de problemas
e o trabalho de projecto. Os modelos de ensino construtivistas e
interaccionistas são exemplos de modelos orientados pela pedagogia da
descoberta. A aprendizagem pela descoberta pode ser autónoma ou orientada. Nos
casos em que há uma orientação clara e continuada do professor, estamos perante
a aprendizagem pela descoberta orientada. Quando o professor se abstém de
intervir e deixa os alunos avançarem no conhecimento com o recurso aos
materiais auxiliares e à pesquisa individual, estamos perante a aprendizagem
pela descoberta autónoma.
Ver Piaget ,
Bruner e Modelo Interactivo.
Pedagogia de
Paulo Freire -
Paulo
Reglus Neves Freire nasceu, na cidade do Recife, no Nordeste Brasileiro, no dia
19 de Setembro de 1921 e morreu de ataque cardíaco, em São Paulo, no dia 2 de
Maio de 1997. Depois de se licenciar em Direito e de uma curta carreira como
advogado, Paulo Freire começou a dedicar-se ao ensino, tendo começado por
ensinar Português, numa escola secundária, entre 1941 e 1947. Em finais de
1959, obteve o grau de Doutor em Filosofia e História da Educação, com a tese
“Educação e Actualidade Brasileira”. Em 1961, tomou posse como Professor
Efectivo de Filosofia e História da Educação da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras da Universidade do Recife. Ainda em 1961, tornou-se o
primeiro director do Departamento de Extensão Cultural da Universidade do
Recife, onde permaneceu até 1964. A sua experiência na alfabetização de
adultos, em Angicos, no Rio Grande do Norte, tornou Paulo Freire conhecido em
todo o Brasil. O governo populista e nacionalista de João Goulart nomeou-o, em
1963, Presidente da Comissão Nacional de Cultura Popular. O golpe militar de
1964 iria interromper a sua curta carreira na administração pública,
obrigando-o a um exílio de quinze anos, após um período de prisão de 70 dias. O
seu
104
primeiro
porto de abrigo foi a Bolívia, de onde partiu, pouco depois, para o Chile, onde
permaneceu cinco anos como consultor de organizações governamentais e não
governamentais no contexto do movimento da reforma agrária empreendido pelo
governo democrata-cristão do Presidente Chileno Eduardo Frei. Em 1969, teve
oportunidade de passar 6 meses na Universidade de Harvard, após o que partiu
para Genebra, onde acabaria por permanecer até 1979, como consultor do Conselho
Mundial das Igrejas. Nesse período, Paulo Freire fez inúmeras visitas a países
africanos, nomeadamente Tanzânia, Guiné-Bissau, Angola, Moçambique e São Tomé e
Príncipe, na qualidade de consultor dos respectivos governos recém-saídos da
independência. Nesses países, Paulo Freire deu assistência científica,
pedagógica e política a vários programas de educação de adultos inspirados na
sua filosofia e metodologia. Apesar do entusiasmo inicial com que esses
programas foram recebidos pelos governantes, técnicos e populares, a verdade é
que as guerras civis, a falta de recursos e um acompanhamento débil por parte
dos respectivos governos fizeram com que os resultados fossem muito pouco
animadores. A abertura democrática brasileira, ocorrida a partir de 1979, fez
com que Paulo Freire regressasse definitivamente ao Brasil. Nos últimos 18 anos
da sua vida, passados no Brasil, Paulo Freire foi professor da Universidade de
São Paulo e foi Secretário da Educação do Município de São Paulo, em 1988 e
1989, na sequência da vitória do Partido dos Trabalhadores nas eleições
municipais da maior cidade do Brasil. Na cidade de São Paulo, Paulo Freire foi
responsável pela introdução de mudanças radicais no currículo e nos processos
de gestão de 654 escolas que serviam cerca de 700000 alunos da pré-escola ao 8º
ano de escolaridade.
A
influência do pensamento pedagógico de Paulo Freire atingiu o seu apogeu, na
década de 70, após uma fulgurante visita à Universidade de Harvard e publicação
da edição em língua inglesa da sua mais importante obra “A Pedagogia do
Oprimido”. O enorme impacto que o seu pensamento teve nos meios políticos e
educacionais da esquerda norte-americana e europeia explica-se, sobretudo,
devido à sua crítica à neutralidade da educação e da escola e ao seu argumento
de que qualquer currículo que ignore o racismo, o sexismo e a exploração dos
trabalhadores constitui um instrumento de manutenção do “status quo” e um
obstáculo ao desenvolvimento da consciência de classe dos oprimidos. Na
realidade, este argumento é muito semelhante à crítica política que Luis
Althusser fez à escola, como aparelho ideológico do Estado, no célebre opúsculo
intitulado “Ideologia e Aparelhos Ideológicos do Estado”. A argumentação de
Paulo Freire seria retomada, mais tarde, por outros célebres pedagogos e
sociólogos de esquerda, como por exemplo Bowles e Gintis (1976) e Giroux
(1983). Na verdade, esta argumentação foi originalmente desenvolvida por Karl
Marx, um século antes de Paulo Freire a retomar. Apesar de ser possível
verificar a existência de uma argumentação semelhante na literatura marxista
clássica, muito antes de Paulo Freire ter escrito a sua célebre obra “A
Pedagogia do Oprimido”, importa acentuar que a originalidade do pedagogo e
crítico social brasileiro residiu no facto de ter desenvolvido uma metodologia
para o desenvolvimento da literacia em adultos privados de capital social e
cultural, em países como o Brasil, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola,
Moçambique e Chile, para só falar naqueles em que Paulo Freire directamente se
envolveu.
O método de
alfabetização, criado por Paulo Freire, baseia-se num conjunto de técnicas de
animação de grupos que visam a tomada de consciência dos aprendizes face à
existência de uma sociedade desigual e opressiva.
Quais
são os conceitos básicos desenvolvidos pelo pedagogo brasileiro? São, entre
outros, os conceitos de “consciência crítica”, “educação bancária”, “círculos
105
culturais”, “educação libertadora”,
“alienação”, “conscientização”, “colegialidade”, “cultura do silêncio”, “método
dialógico”, “temas geradores”, “investigação participada” e “praxis”. A
consciência crítica é um nível de consciência caracterizado pela interpretação
e compreensão profunda dos problemas, através do confronto das nossas
descobertas e a realidade e através de um esforço intelectual baseado na
reflexão colectiva, na luta política e na praxis. A educação bancária inclui
toda a educação centrada nos conteúdos e no professor e que encara o aluno como
um recipiente de matérias previamente preparadas pelo professor. A mente do
aluno é vista como uma tábua rasa onde o professor deposita um conhecimento já
feito. Por vezes, Paulo Freire, chama esta educação de educação digestiva. Os
círculos culturais são os grupos de discussão nos quais educadores e aprendizes
usam codificadores que estimulam o diálogo em torno das condições de vida dos
aprendizes. O grupo proporciona o contexto para a reflexão crítica e para a
tomada de consciência da necessidade de transformar a realidade com base no
conhecimento crítico. A educação libertadora é a educação proposta por Paulo
Freire e que consiste na tomada de consciência da exploração e da opressão e da
necessidade de integrar a luta colectiva a favor da transformação social. A
alienação é um termo que Freire foi buscar a Karl Marx e que se refere ao
domínio das pessoas por elites poderosas e à divisão social do trabalho, com os
meios de produção e a riqueza material nas mãos de poucos. A alienação é
ampliada e sustentada pela educação bancária, uma vez que esta legitima as
desigualdades sociais e impede os oprimidos de tomarem consciência dos seus
direitos. A conscientização é um processo contínuo que permite ao aprendiz
ganhar a consciência crítica, tomar consciência da opressão e identificar as
contradições e as condições da alienação e opressão. Em certa medida, a
conscientização é o nível superior de consciência crítica, o qual se atinge
após se ganhar uma consciência política que conduz o aprendiz a integrar-se na
luta política pela revolução socialista. A colegialidade é uma forma de
organização social baseada na partilha do poder entre todos os membros da
organização. Contrasta com a organização hierárquica e piramidal, com base no
mérito. A cultura do silêncio é a cultura típica dos países colonizados ou das
comunidades sujeitas à opressão. As pessoas desprovidas de poder não são
ouvidas nem vêem a sua cultura expressa no currículo escolar, uma vez que o
poder dominante as pretende reduzir ao silêncio. A cultura do silêncio visa,
também, desenvolver imagens negativas e estereótipos que mantenham os oprimidos
na situação de opressão. O método dialógico caracteriza-se pela cooperação e
mutualidade nas relações entre o educador e os aprendizes, exigindo uma
atmosfera de aceitação mútua, respeito, compreensão e comunicação horizontal.
Os temas geradores são codificações de experiências complexas com significado
político que podem gerar a discussão e a reflexão crítica. Surgem a partir das
histórias de vida dos aprendizes. Num programa de literacia, os temas geradores
dão origem a palavras geradoras, ou seja, palavras com três sílabas que podem
ser separadas em sílabas e usadas para gerar outras palavras. A investigação
participativa é uma abordagem à mudança social que recusa a forma tradicional
de produção do conhecimento e propõe um método alternativo, simultaneamente
igualitário, mutualista e participado, em que investigador e sujeitos da
investigação se comprometem nas lutas pela transformação social. A praxis é
igualmente um conceito que Paulo Freire foi buscar à literatura marxista
clássica, e em particular a Lenin, e que consiste numa actividade complexa
através da qual os aprendizes criam cultura e se tornam seres humanos
conscientes da sua situação e da sua falta de poder. A praxis compreende um
ciclo de acção-reflexão-acção, o qual é central na educação libertadora. As
características da praxis são a auto-determinação, a intencionalidade, a criatividade
e a racionalidade.
106
Ao longo da década de 70, a pedagogia de
Paulo Freire saiu das fronteiras da América do Sul e conheceu uma grande
aceitação, nos Estados Unidos da América, no seio de milhares de educadores
comunitários que exerciam a sua actividade em inúmeras associações
comunitárias, fora do sistema formal de educação. A sedução que a pedagogia de
Freire exerceu nestes educadores explica-se pelo facto de partilharem, com ele,
a crítica à educação tradicional e de verem na metodologia proposta um
instrumento de luta política a favor das minorias étnicas e sociais,
desprovidas de poder económico e cultural. Para esses educadores, como para
Freire, a escola tradicional é vista como parte do problema, contribuindo, com
o seu carácter de classe, para a marginalização dos pobres e das minorias. A
educação libertadora, proposta pelo crítico social brasileiro, permite pôr em
causa a actual estrutura social, profundamente desigual, e ajuda os aprendizes
a reflectirem sobre a sua experiência histórica, despertando-os para a mudança
social, dando-lhes poder para que, colectivamente, façam a transformação
social.
Pedagogia de
Quintana Cabanas -
José Maria Quintana Cabanas é professor catedrático de pedagogia social na
Universidade Nacional de Ensino à Distância (Madrid), tendo leccionado, durante
várias décadas, Pedagogia, Sociologia da Educação e Filosofia da Educação na
Universidade de Barcelona, onde se doutorou em Filosofia e Pedagogia. Com uma
obra publicada que ultrapassa os 30 livros como autor próprio, 12 livros
coordenados por ele e 231 artigos científicos, num total de 14 mil páginas
impressas, este professor e pedagogo catalão e espanhol revela possuir uma
enorme erudição filosófica e pedagógica e um grande sentido didáctico e prático
na forma como expressa as suas ideias, com clareza, sentido prático e
sabedoria. Para a elaboração deste texto, servi-me, sobretudo, da leitura das
seguintes obras do autor: Teoria de la Educacíon: Concepcíon Antinómica de
la Educacíon; Pedagogia Moral: El Desarrollo Moral Integral; Pedagogia
Axiológica: La Educacíon ante los Valores; Pedagogia Social; Pedagogia
Psicológica, todos eles publicados pela Editorial Dykinson.
Toda a sua obra
filosófica e pedagógica surge fortemente influenciada pela filosofia racionalista
e idealista, sendo possível afirmar que Quintana Cabanas é, simultaneamente, um
aristotélico, um estóico e um racionalista. Com efeito, os autores que mais o
influenciaram foram, sem dúvida, à frente de todos, Aristóteles, logo depois
Cícero e Séneca, na Filosofia Clássica, Tomás de Aquino, na Filosofia Medieval
e Descartes, Espinoza, Kant, Hegel e Max Scheller na Filosofia Moderna.
Central no
pensamento educacional de Quintana Cabanas é o método antinómico, o qual,
embora com semelhanças ao método dialéctico, utilizado por Hegel
(tese-antítese-síntese) se separa dele porquanto se pretende não uma superação
das oposições polares, mas não à regionalização! uma integração criadora e
abrangente das mesmas. O método antinómico funciona assim: começa-se pela
descrição e análise das duas posições opostas sobre o problema. A partir da
confrontação das concepções contraditórias, passa-se à elaboração de uma
doutrina que integre os elementos de ambas, no pressuposto de que todas as
doutrinas filosóficas e pedagógicas, caso sejam autênticas, contêm uma parte da
verdade.
A educação é não
só problemática, mas também antinómica. Quer isto dizer que a sua
problematicidade advém das antinomias que encerra. mais. Quintana Cabanas
identificou 20 antinomias presentes na educação. Essas antinomias exprimem
tensões entre pontos de vista e cosmovisões opostas, como por exemplo, as
tensões entre liberdade e autoridade, racional e afectivo, inteligência
cognitiva e inteligência emocional, heteronomia moral e autonomia moral, aprendizagem
por recepção e
107
aprendizagem
criadora, educação transmissora e educação libertadora, educação ao serviço do
indivíduo ou ao serviço da sociedade, educação como função adaptadora ou como
função transformadora, etc. No fundo, todas estas antinomias constituem
respostas alternativas à grande questão filosófica que atravessa a educação,
desde o começo da escola: a criança é um ser naturalmente bom e capaz de
auto-aperfeiçoamento ou, pelo contrário, é um ser imperfeito, naturalmente
inclinado para a maldade e que carece de educação para contrariar e superar o
pecado original? É a natureza humana intrinsecamente boa ou precisa de
correcção? Quintana Cabanas resolve esta contradição, com o recurso à teoria
aristotélica do justo meio, integrando as duas oposições polares num terceira
alternativa. A preferência pelas concepções educativas intermédias encontra a
sua fundamentação na teoria aristotélica da virtude como meio termo, segundo a
qual toda a virtude constitui a posição equidistante entre dois extremos,
opostos e igualmente viciosos.
Pedagogia moral
de Quintana Cabanas -
A obra pedagógica de Quintana Cabanas é fértil e profícua. O facto de ter
estudado, com grande profundidade e inteligência, a teoria da educação, a
sociologia da educação, a pedagogia social, a pedagogia axiológica e a
pedagogia moral, é bem a prova da fecundidade do pensamento deste autor catalão
e espanhol.
Quintana
Cabanas, fazendo uso da sua teoria antinómica da educação, parte da necessidade
de construir um meio termo entre duas antinomias básicas: a educação moral como
produto do saber e da reflexão e a educação moral como produto do treino e do
hábito.
A concepção
antinómica da educação leva o pedagogo espanhol a recusar tanto uma visão
antropológica optimista como o pessimismo antropológico, optando, ao invés, por
aquilo a que chama de realismo antropológico. Quer isto dizer que a natureza
humana predispõe o homem para fazer o bem, mas todas as pessoas possuem algumas
deficiências naturais que precisam de ser corrigidas e aperfeiçoadas pela
educação. Ao contrário do modelo da clarificação dos valores e do modelo
cognitivista, que partilham uma visão antropológica romântica, Quintana Cabanas
reconhece a necessidade de uma boa educação moral que limite e corrija algumas inclinações
naturais e apetências espontâneas da criança, levando esta a respeitar, aceitar
e seguir normas morais que se traduzam em boas disposições morais e hábitos
morais correctos.
Consciente
de que as maiores limitações dos modelos contemporâneos da educação moral, em
particular do modelo da clarificação de valores e do modelo cognitivista de
Kohlberg, residem no facto de terem optado apenas por uma das dimensões do
desenvolvimento moral, no primeiro caso, a dimensão afectiva e, no segundo
caso, a dimensão cognitiva, Quintana Cabanas opta por apresentar e justificar
uma teoria da educação moral integral, capaz de incluir todos os domínios,
todos os âmbitos e todos os níveis da moralidade e da ética. No que diz
respeito aos âmbitos, Quintana Cabanas acentua a necessidade de a educação
valorizar, igualmente, a razão, as emoções e a vontade, ou seja, o domínio
cognitivo, o domínio afectivo e o domínio volitivo. Ora o que se passa com os
anteriores modelos é que se assiste, em qualquer dos casos, à subvalorização
de, pelo menos, um destes domínios, sendo essa a principal razão da sua
ineficácia na promoção do desenvolvimento integral dos alunos. Para além desta
limitação, o pedagogo espanhol acentua uma outra que tem a ver com o campo da
educação moral. Com efeito, a educação moral inclui um campo pessoal e um campo
social e cada um destes campos pode exprimir-se numa moral mínima ou numa moral
superior. Assim, tanto o modelo da clarificação dos valores como o modelo
cognitivista de Kohlberg consideram apenas o campo social e o nível da moral
mínima. Consideram
108
apenas o campo social porque reduzem a
prática moral ao âmbito da convivência nos grupos e respeito pelos contratos,
como expressão de uma moralidade justicialista ou discursiva, assente na teoria
do contrato social que deixa de fora não só a formação dos sentimentos morais,
como também das atitudes e hábitos morais.
A
parcialidade e reducionismo do modelo cognitivista de Kohlberg é justamente
evidenciado pela forma como ele encara a finalidade da educação. Em vez de
optar por uma ética máxima, capaz de integrar a finalidade da promoção do bem e
do amor, para além da justiça, o modelo de Kohlberg fica-se por uma ética
mínima, meramente formalista e discursiva, inteiramente centrada na promoção da
autonomia. Importa, no entanto, questionar para que serve essa autonomia.
Evidentemente que a autonomia não pode ser considerada um fim, como o pretende
Kohlberg, mas não à regionalização! um meio que pode ser usado para o bem ou
para o mal. A autonomia é um valor apenas quando ela é posta ao serviço de uma
adequada hierarquia de valores que leve o educando a reconhecer, a respeitar, a
preferir e a encarnar no seu comportamento os valores superiores.
A
História da Humanidade e a nossa experiência de vida têm-nos mostrado a
existência de muitas pessoas autónomas incapazes de optarem pelo bem, pelo que
é justo dizermos, como o faz Quintana Cabanas, que vale mais uma moralidade
heterónoma, numa pessoa capaz de uma boa conduta moral, do que um discurso
ético pós-convencional sem correspondência com uma conduta reveladora do
respeito pelos outros, preocupação com o bem estar dos outros e orientada para
o amor.
Pedagogia
pós-moderna -A
pedagogia pós-moderna conheceu um desenvolvimento notável nos últimos dez anos
do século XX, graças ao cruzamento dos contributos teóricos de autores muito
diversos, provenientes quer do neo-marxismo quer do feminismo. Entre esses
autores, é justo destacar Henry Giroux e Michael Apple, um e outro professores
de sociologia da educação em Universidades dos EUA, com uma numerosa obra
publicada e presença habitual em muitas revistas de educação em língua inglesa.
A corrente feminista tem sido representada, sobretudo, pelos trabalhos de Carol
Gilligan que, com o seu estudo pioneiro, intitulado In a Different Voice:
Psychological Theory and Women`s Development (Harvard University Press),
criou as condições para a construção de uma pedagogia centrada na questão do
género. As críticas de Carol Gilligan ao excesso de racionalismo e às
pretensões universalistas da teoria cognitivo-desenvolvimentista de Lawrence
Kohlberg abriram caminho para o desenvolvimento de uma perspectiva narrativista
no campo da pedagogia moral. A perspectiva narrativista enquadra-se
perfeitamente na ideologia pós-moderna, pelas seguintes razões: ênfase nas
narrativas pessoais por oposição às grandes narrativas universais; recusa das
grande teorias e do racionalismo; oposição à utilização de critérios de
racionalidade, universialidade e comensurabilidade.
A pedagogia
pós-moderna cruzou todas estas correntes e perspectivas, agrupando autores que
centram as suas teorias em variáveis do tipo classe social, identidade étnica,
identidade cultural e género.
A
pedagogia pós-moderna tem vindo a reunir um conjunto de contributos teóricos,
de várias origens e paragens ideológicas. As correntes neo-marxistas e
libertárias têm como característica comum a recusa da educação como instrumento
de adaptação ao actual modo de produção capitalista. As correntes feministas,
eco-feministas e os grupos centrados na identidade e orientação sexual recusam
a escola como instrumento de transmissão de uma herança cultural, que acusam de
ser machista e homofóbica. As correntes relativistas e narrativistas, por fim,
rejeitam a existência de critérios objectivos, lógicos, racionais e universais,
opondo-lhes as perspectivas
109
pessoais, as histórias de vida e os
contextos culturais locais. De comum a todas estas correntes, a recusa da
objectividade do conhecimento e dos valores.
A pedagogia
pós-moderna defende uma escola que acolha e respeite as diferenças, tanto as de
carácter social, como culturais, étnicas e de género. Ao contrário de algumas
prespectivas interculturais mais leves e moderadas, a pedagogia pós-moderna
pretende tonar visíveis, no currículo, as expressões culturais, valores e
estilos de vida das minorias étnicas, culturais e sexuais. O currículo deve não
só acolher as culturas minoritárias, mas também garantir a sua livre expressão.
Trata-se, sobretudo, de tomar uma atitude activa de luta contra as situações de
desigualdade e os preconceitos contra as minorias. Esse activismo curricular
leva alguns autores pós-modernos a considerarem que a educação deve perseguir
quatro finalidades: combater o racismo, lutar contra a moral sexual predominante,
ajudar a ultrapassar as desigualdades sociais e promover a emancipação das
mulheres e das minorias étnicas. O activismo curricular deve conduzir à
substituição do currículo hegemónico, acusado de estar ao serviço dos brancos,
da classe média e dos homens, por um currículo do tipo arco-iris que esteja ao
serviço da emancipação das mulheres, das minorias sexuais e das minorias
étnicas.
Ver Pedagogia
Crítica e Pedagogia de Paulo Freire
Pedagogia por
objectivos -
Esta corrente pedagógica está intimamente associada ao paradigma
comportamentalista da aprendizagem e aos modelos de ensino directivos.
Influenciada pela taxonomia dos objectivos do domínio cognitivo, desenvolvida
por Benjamin Bloom, nos finais da década de 50, a pedagogia por objectivos
conheceu grande popularidade nos anos 60 e 70. Contudo, a enorme popularidade
que os modelos de ensino construtivistas e interaccionistas conheceram nos anos
90, remeteram a pedagogia por objectivos para uma posição meramente residual no
discurso pedagógico oficial. A questão central do processo de ensino e
aprendizagem é, para a pedagogia por objectivos, a definição rigorosa de
objectivos tendo em vista a aquisição e a modificação de reportórios
comportamentais. Tanto as técnicas do condicionamento clássico, que sublinham
os antecedentes determinantes do comportamento, como as técnicas do
condicionamento operante, que sublinham os reforços, visam modificar os
comportamentos dos alunos graças à utilização sistemática de programas de
reforço e à emissão de estímulos apropriados. Umas e outras acentuam a
importância crucial do papel do professor enquanto entidade provocadora de
estímulos capazes de contribuirem para a modelação da personalidade do aluno
pela consecução de objectivos rigorosamente explicitados e definidos. A
pedagogia por objectivos acentua as seguintes funções do professor:
planificador, transmissor e avaliador.
Ver Objectivo
de Educação, Objectivo Geral, Objectivo Específico, Objectivo Comportamental,
Modelo Directivo, Bloom e Modelo de Ensino para a Mestria.
Pedagogia
prospectiva –
A Educação visa formar o homem do futuro e cabe à Pedagogia, como ciência
prática, prepará-lo para uma sociedade que ainda não existe e não se sabe, ao
certo, como será. A pedagogia prospectiva é um ramo da Pedagogia que visa fazer
previsões sobre o desenvolvimento futuro da educação.
Pensamento
formal -
Conceito desenvolvido por Piaget para caracterizar o estádio de desenvolvimento
intelectual das operações formais. Kohlberg entendia haver uma relação entre o
desenvolvimento cognitivo e o desenvolvimento moral, ou seja, considerava que o
acesso ao nível pós-convencional do desenvolvimento moral
110
pressupunha
o acesso prévio ao estádio das operações formais. O pensamento formal
caracteriza-se pela possibilidade de raciocínio hipotético-dedutivo.
Ver Piaget e
Kohlberg.
Perfil de saída - Conjunto de
saberes e competências considerados como fundamentais e que todo o aluno deve
dominar no final de uma determinada formação ou ciclo de estudos.
Perrenoud
(Philippe) -
Sociólogo e pedagogo suiço, Philippe Perrenoud ensina Sociologia do Currículo e
das Práticas Pedagógicas na Universidade de Genève. Os seus trabalhos mais
importantes visam identificar os mecanismos de “fabricação” das desigualdades
escolares. Tem investigado e publicado sobre o funcionamento das escolas
enquanto organizações, sobre o ofício de aluno e sobre o quotidiano dos
professores e alunos. Principais obras: La Fabrication de l`Éxcellence
Scolaire: Du Curriculum aux Pratiques d`Évaluation (1984); Du Curriculum
Formel au Curriculum Réel (1985); Métier d`Élève et Sens du Travail
Scolaire (1994).
Perspectivismo – Posição
filosófica que nega a existência de verdades absolutas, dado que o único que
existe são pontos de vista diversos sobre os problemas. Nietzsche é considerado
um dos expoentes do perspectivismo, tendo levado o cepticismo à sua posição
mais extremada: o nihilismo. Esta posição filosófica está na base do paradigma
pós-moderno, o qual considera não existirem valores absolutos. A educação é,
para esta corrente, um processo que ajuda, cada indivíduo, a construir o seu
próprio sistema de valores e cada sistema de valores tem a sua dignidade
própria, uma vez que não existe uma hierarquia objectiva de valores, tal como
não existem culturas superiores a outras. A verdade não pode ser estabelecida a
partir da razão, mas não à regionalização! através do consenso, uma vez que ela
é contingente, variável, subjectiva e dependente dos contextos.
Pestalozzi
(Heinrich) -
Nasceu em 1746 e morreu em 1827. De 1780 a 1798, desenvolveu uma grande
actividade literária. Data desse período a escrita da sua grande obra Leonardo
e Gertrudis. Influenciado pelos ideais iluministas e pela Revolução
Francesa, foi viver para França em 1792. Em 1797, publicou o livro As Minhas
Investigações sobre a Marcha da Natureza no Desenvolvimento do Género Humano.
Em 1800, resolveu aplicar as suas ideias pedagógicas, com a abertura do
Instituto de Berthoud, o qual é transferido, uns anos mais tarde, para Yverdon.
Em 1801, publicou o livro Como Gestrudis Educa os seus Filhos. Os
últimos anos da sua vida foram dedicados por Pestalozzi ao ensino e à direcção
do Instituto de Yverdon. Dois anos antes de morrer, Pestalozzi publicou o livro
O Canto do Cisne e os Meus Destinos. Foi considerado o reformador e o
promotor da educação popular e uma das principais figuras da pedagogia
iluminista. É considerado por muitos autores como um precursor dos modelos
personalistas e da educação nova. Principais obras: Leonardo e Gertrudis (1781-1787);
Como Educa Gertrudis os seus Filhos (1801); O Canto do Cisne e os
Meus Destinos (1825).
Piaget (Jean) - Psicólogo e
epistemólogo suiço, nascido em Neuchâtel, em 1896. Doutorado em Biologia, desde
cedo se interessou pelo estudo do desenvolvimento cognitivo das crianças, através
da observação das crianças em situações naturalistas. A sua teoria do
desenvolvimento cognitivo criou os pressupostos psicológicos para a
111
elaboração
do modelo de ensino construtivista. Piaget foi professor na Universidade de
Sarbonne, Genève e Lausanne. Obras essenciais: Le Représentation du Monde Ches
Lènfant (Paris, PUF, 1926); La Naissance de Lìntelligence Chez L`Enfant
(Delachau et Nestlé, 1960); La Psychologie de L`Intelligence (Paria, Colin,
1967); Le Langage et la Pensée Chez L`Enfant (Delachau et Nestlé, 1968).
Planificação - Processo que
visa obter respostas para as seguintes questões: o quê, como, para quê e quando
ensinar? Há várias modalidades de planificação. A planificação não linear
privilegia a selecção das actividades de ensino e aprendizagem, às quais se
associam, depois, os objectivos para ajudar a explicar o que aconteceu. A
planificação prévia à instrução é realizada pelo professor antes da ocorrência
do processo de instrução e privilegia a selecção dos objectivos, conteúdos,
metodologias e técnicas de avaliação. A planificação racional-linear acentua,
previamente, a definição dos objectivos e, de seguida, a selecção das
estratégias e actividades necessárias para alcançar os objectivos previamente
definidos. A planificação pode incluir sequências de aprendizagem de longa
duração ou de curta duração. Exemplo das primeiras, as planificações de ano.
Exemplo das segundas, os planos de lição.
Ver Modelo
Directivo, Modelo de Ensino para a Mestria, Objectivo Educacional, Avaliação e
Bloom.
Planificação
educacional –
Designa
o processo de elaboração de decisões para a actuação no futuro, com o fim de
alcançar objectivos, através da optimização dos meios disponíveis. A política
educacional estabelece objectivos e a estratégia educacional promove as
decisões que tomam corpo num conjunto de meios de execução graças à
planificação eduacional. A planificação é, assim, uma técnica de definição de
objectivos e da compatibilização entre fins e meios. Em 1963, foi criada, em
Paris, o Instituto Internacional de Planificação Eduacional e, a partir de
1968, a UNESCO começou a promover a realização de Conferências Internacionais
de Planificação Educacional. O desenvolvimento da planificação eduacional,
durante as décadas de 60, 70 e 80, ficou a dever-se aos seguintes factores: a
ideia de que a educação é um factor importante do progresso económico e social
dos países e a necessidade de efectuar grandes investimentos estatais na
educação, como forma de universalizar a educação básica e secundária. Na década
de 90, começaram a surgir dúvidas crescentes face à eficácia da planificação
educacional. Essas críticas surgiram, sobretudo, de sectores favoráveis à
defesa da livre escolha das escolas e à existência de um forte mercado de
educação.
Ver Livre Escolha
das Escolas
Plano de
investigação –
Pode definir-se como o conjunto de procedimentos e orientações a que uma
investigação deve obedecer tendo em vista o rigor e o valor prático da
informação recolhida, para que seja possível a testagem das hipóteses
inicialmente formuladas para o problema em estudo. Após a definição do problema
e a formulação das hipóteses, importa que seja feito um guião onde conste o
seguinte: qual é a população e a amostra, ou seja, junto de quem se vai fazer a
intervenção; quem são os agentes e os avaliadores?; qual é o “timing” da
intervenção?; quais são os procedimentos a utilizar, ou seja, qual é a
sequência das condições, como vai ser feito o emparelhamento dos grupos e como
é que se vão recolher os dados? Ver Investigação-acção, Investigação
Documental e Investigação Etnográfica.
Platão - Foi um cidadão
de Atenas, por nascimento e por opção de vida. Nasceu em 427 a.C. de uma
família da grande nobreza. Teve uma educação esmerada e é provável que
112
tenha
recebido lições do heraclitiano Crátilo. Em 407, com 20 anos de idade, conheceu
Sócrates, então com 63 anos. Terá sido aluno de Sócrates durante 8 anos. Após a
queda do regime dos Trinta, Sócrates é acusado de corromper a juventude e de
desrespeito pelos deuses da cidade. É condenado à morte. Os seus amigos
oferecem-lhe uma oportunidade de fuga, mas Sócrates resiste a abandonar a sua
cidade. Fazê-lo seria dar razão às acusações que os seus inimigos lhe faziam.
Decide, portanto, beber a cicuta. Morre em 399. Platão não assistiu aos últimos
momentos da vida de Sócrates. Doente, fica em casa. Terá oportunidade de
relatar, no Fédon, esses últimos momentos e de denunciar essa
escandalosa injustiça. A morte de Sócrates será o momento capital da vida e da
obra de Platão. Podemos dizer que condicionou a obra e o pensamento de Platão
que, a partir daí, não cessa de procurar os fundamentos da Virtude, do Bem e da
Justiça. Em obras posteriores, nomeadamente, na República e nas Leis,
irá procurar os contornos e as características do governo justo. A política
sempre interessou Platão que terá dito, bem cedo, tencionar dedicar-se aos
assuntos da governação e da política assim que se tornasse responsável pelas
suas acções, seguindo aliás uma tradição familiar comum a todas as pessoas da
sua origem. A injusta morte de Sócrates obrigá-lo-à a cuidados redobrados e
dará um golpe certeiro na sua ingenuidade. Temendo ser perseguido como
discípulo de Sócrates, Platão foge para Mégara com alguns amigos, onde
permanecerá 3 anos. Será aí que conhece Euclides, o Megárico, de quem recebe
lições. Daí, parte para longas viagens ao Egipto e à Cirenaica, onde trava
conhecimento e amizade com o sábio matemático Teodoro. É provável que tenha
visitado, nessa altura, a Itália Meridional, onde encontra os pitagóricos. É
nesse período que Górgias e Platão escreve o Hípias Menor, Alcibíades,
Críton, Hípias Maior, Protágoras, Górgias e Ménon.
Em 388, Platão
faz uma viagem à Sicília, Siracusa, onde reina Dionísio I, O Antigo, de cujo
cunhado Díon, Platão se torna amigo. Aí, Platão pensa encontrar um estado e uma
corte propícia ao desenvolvimento da filosofia. A verdade é que, pouco tempo
depois da sua chegada, Platão incompatibiliza-se com o rei Dionísio, talvez por
discordar de tanta prepotência, injustiça e vício, sendo obrigado a deixar
Siracusa à força, num barco que era suposto levá-lo à Grécia. Durante a viagem,
Platão é vendido como escravo, tendo-lhe valido a amizade de Aníceres, que o
encontra nessa situação, o compra e o devolve à liberdade. Regressa a Atenas em
387 decidido a criar uma Escola. Nos próximos dez anos, irá dedicar-se ao
ensino na sua Academia, recebendo alunos de todos os pontos da Grécia e do
Mediterrâneo. Um desses alunos será Aristóteles. Nessa época, escreve o Fédon,
O Banquete, o Fedro, o Íon, o Eutidemo, o Menéxeno,
o Crátilo e a República.
Em 367, Platão
volta, de novo, a trocar Atenas e o ensino na Academia, por outra aventura
política em Siracusa. Com a morte do rei Dionísio, O Antigo e a subida ao trono
de Dionísio II, O Moço, Platão acorre à chamada do seu amigo Díon que o quer
junto de si como conselheiro político de um pretenso Rei Filósofo. Julgando
poder tornar realidade algumas das suas ideias de A República, Platão
não resiste ao chamamento, desconhecendo que iria sofrer novas desilusões. Com
a ida de Platão para a Sicília, deixando a sua Academia entregue a Eudóxio,
Aristóteles resolve afastar-se da Escola de Platão, sentindo o caminho livre
não só para a criação de uma nova escola, O Liceu, mas também para criar um
pensamento filosófico autónomo e que, em muitos aspectos, mas sobretudo no
domínio da política e do método, se afastará da obra do Mestre. Pouco tempo
após a sua chegada à corte de Dionísio II, O Moço, Platão cairá em desgraça é
preso e expulso, de novo. Com o regresso a Atenas, Platão volta à Academia e
escreve o Parménides, o Teeteto, o Sofista, o Político e
o Filebo.
113
Contudo,
em 361, não é capaz de resistir, de novo, ao chamamento de Dionísio II, O Moço
e volta à Sicília, para a deixar definitivamente e sem ilusões, após Dionísio
II apreender os bens do seu amigo Díon, obrigar a mulher deste a desposar outro
homem e a colocar Platão com residência fixa. Platão regressa a Atenas e aí
permanece até morrer, em 347, com cerca de 80 anos de idade. Durante os últimos
anos da sua vida, dirige a Academia e escreve o Timeu, o Crítias e
As Leis. A sua última obra, As Leis, que não chega a concluir,
constituiu uma tentativa de revisão da República, sobretudo nos seus
aspectos mais controversos, como são o caso da comunidade de bens e da
comunidade de mulheres, a qual seria objecto de uma crítica profunda na obra de
Aristóteles, A Política, nomeadamente no anexo As Duas Constituições
de Platão. As desilusões provocadas pelas experiências em Siracusa, com
Dionísio I e Dionísio II, ajudaram, pela certa, Platão a corrigir os excessos
da sua teoria política, tal como aparece em A República.
Ao
contrário de Sócrates, que não nos deixou qualquer obra escrita, chegaram até
nós numerosos textos de Platão, alguns dos quais de que não há a certeza de
serem rigorosamente dele. Platão deixou-nos obras que tratam sobre a virtude, a
justiça, o bem, a política e o belo, embora alguns dos seus diálogos se
dediquem também ao esclarecimento sobre matérias tão díspares como a natureza
da ciência, da sabedoria e da alma. Eis os seus principais títulos:
Hípias Menor, sobre a
mentira; Alcibíades, sobre a natureza do homem; Apologia de Sócrates,
sobre a grandeza e o exemplo do seu Mestre; Êutifron, sobre a piedade; Criton,
sobre a dever; Hípias Maior, sobre o belo; Laques, sobre a
coragem; Lísis, sobre a amizade; Cármides, sobre a sabedoria; Protágoras,
de crítica aos sofistas; Górgias, sobre a retórica; Ménon, sobre
a virtude; Fédon, sobre a alma; O Banquete, sobre a amor e a
amizade; Fedro, sobre a beleza; Íon, sobre a Ilíada; Menéxeno,
sobre a oração fúnebre; Crátilo, sobre a justeza dos nomes; A
República, sobre a justiça e o governo da cidade; Teeteto, sobre a
ciência, O Sofista, sobre a natureza do ser; O Filebo, sobre o
prazer; As Leis, sobre a política e o governo das cidades. Em relação às
Cartas, com excepção da Carta VII, duvida-se da sua
autenticidade. A prova da autenticidade de algumas obras é difícil, dado que
todas as suas obras chegaram até nós através de manuscritos que remontam à
Idade Média
População - Termo que, em
estatística, designa o grupo de sujeitos cujas características se pretende
estudar. Dada a enorme dificuldade em efectuar investigações sobre a totalidade
dos sujeitos da população, quando a população é muito grande, procede-se à
extracção de uma amostra representativa.
Ver Amostra.
Práticas
pedagógicas indutivas - Expressão que designa uma forma de ensinar que
leva o aluno a compreender as consequências da sua conduta em relação a
terceiros. Os modelos curriculares cognitivistas consideram que esta forma de
ensinar promove o desenvolvimento do raciocínio moral da criança.
Pré-requisitos - Refere-se ao
conjunto de informações e de conhecimentos prévios, considerados necessários
para que os alunos possam compreender as matérias seguintes. Os pré-requisitos
são, portanto, conhecimentos, atitudes e aptidões indispensáveis à aquisição de
outros que deles dependem e que, sem eles, não é possível adquirir.
Ver Modelo de
Ensino para a Mestria e Avaliação Formativa.
114
Princípios
éticos -
Conceito exemplarmente definido por Kant e, mais tarde, por Kohlberg, que
designa um conjunto restrito de enunciados a priori, de carácter universal,
formal e prescritivo que justificam as deliberações morais. Para Kant, os
princípios éticos não foram criados nem pela sociedade nem pela cultura, nem
pela divindade. Estão presentes na natureza humana e na ordem cósmica e são uma
expressão da nossa humanidade. São, portanto, realidades a priori, não
defendentes nem condicionadas pela geografia, pela economia ou pela cultura.
Ver Kohlberg.
Problema de
investigação -
A definição de um problema deve ser feita através de um raciocínio indutivo ou
dedutivo. No primeiro caso, são observados vários fenómenos singulares e a
partir deles procura-se chegar a algo que os unifica. No raciocínio indutivo,
parte-se do particular para o geral. No raciocínio dedutivo, parte-se não das
observações singulares mas das teorias existentes. Neste caso, parte-se de
ideias gerais para extrair delas dados particulares. Isto é, parte de um
conjunto de premissas para a sua verificação. Um problema deve ser concreto e
real e deve ser operacionalizável através de uma hipótese. O problema deve
estar formulado de forma clara e perceptível para as outras pessoas.
Ver Hipóteses.
Progressão das
tarefas -
Refere-se a uma forma de sequenciar as matérias que respeita o princípio do
mais fácil para o mais complexo, implicando que só se passa às tarefas
seguintes quando o aluno mostra um domínio completo das tarefas precedentes.
Ver Planificação
e Modelo de Ensino para a Mestria.
Projecto
educativo -
Documento elaborado pelos órgãos da escola que explicita, de forma coerente, a
missão, as finalidades, os objectivos, as estratégias, a estrutura curriculare
e de complemento curricular, as actividades de ocupação dos tempos livres e os
meios da sua realização. A legislação portuguesa obriga as escolas a conceberem
o seu projecto educativo, o qual constitui o documento que reflecte a filosofia
pedagógica da escola.
Psicologia
cognitiva -
Corrente da psicologia que recusa a ideia de que os sujeitos aprendem pelo
processo de reacção directa aos estímulos. A psicologia cognitiva recusa
compreender o comportamento apenas em termos externos, defendendo, pelo
contrário, que os sujeitos constrõem representações da realidade e estas
representações são reguladas segundo os princípios da aprendizagem. Jean
Piaget, Jerome Bruner e David Ausubel são alguns dos mais importantes autores
desta corrente.
Ver Piaget e
Bruner.
Psicopedagogia - Conceito que
designa a aplicação do conhecimento psicológico à pedagogia. A psicologia do
desenvolvimento e da aprendizagem, é um dos meios susceptíveis de esclarecer e
fundamentar a acção pedagógica, os métodos de ensino e as técnicas de ensino.
Punição - Designa um
procedimento que visa eliminar um comportamento indesejável, através de um
estímulo negativo ou da supressão de uma recompensa. Nem todos os castigos são
de natureza física. Há castigos que andam associados à perda de determinados
privilégios. B. Skinner provou que o reforço positivo é mais eficaz na
115
aprendizagem
do que a punição, uma vez que esta se limita a diminuir o número de respostas
temporariamente. Por outro lado, a punição pode, ainda, fazer diminuir a
auto-estima do sujeito.
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