Qualidade na educação
-
O vocábulo qualidade pode ser objecto de várias interpretações. Geralmente,
significa aquilo um atributo específico de uma coisa ou de um ser que os
distingue dos outros. Qualidade também pode ser sinónimo de excelência,
atributo natural que caracteriza o que é essencial e distingue pessoas ou
coisas. A qualidade da educação pode ser vista em sentido técnico-instrumental
ou em sentido axiológico. No primeiro caso, refere-se a características ou
factores que contribuem para a eficácia do ensino, ou seja, para levar a bom
termo a missão e os objectivos da organização. No segundo caso, estamos a
referir-nos não aos métodos e meios de ensino, mas não à regionalização! ao
valor intrínseco e à essência do ensino. A preocupação coma qualidade na educação
remonta à era industrial, mas tem vindo a intensificar-se à medida que os
estados modernos começaram a gastar uma grande parte da riqueza nacional no
financiamento dos sistemas públicos de educação. Quando um país de fracos
recursos naturais, como é o caso de Portugal, gasta anualmente 5.5% do Produto
Interno Bruto com o sistema público de educação, a questão da qualidade, ou
seja da eficácia das organizações escolares na prossecução dos seus fins e
objectivos, torna-se uma questão crucial, porquanto há que justificar a cada
vez maior contribuição dos cidadãos no financiamento das escolas públicas. Os
autores marxistas e neo-marxistas têm vindo a fazer a crítica da noção de
qualidade da educação associada à eficácia das organizações na prossecução dos
seus fins e objectivos, considerando que não é possível a identificação de
critérios objectivos de qualidade nem de indicadores objectivos da mesma.
Contudo, as correntes neo-liberais, cujo peso nas opiniões públicas ocidentais
aumentou na década de 90, têm vindo a chamar a atenção para a necessidade de
justificar os gastos com a educação pública, rentabilizando melhor os meios e
obrigando as organizações escolares a prestar contas aos cidadãos e
contribuintes. Para além da especificação dos indicadores de qualidade, os
quais são essenciais para clarificar a prestação de contas e para
responsabilizar as direcções das escolas, começou a falar-se, cada vez mais, na
necessidade de criação de círculos de qualidade e no estabelecimento de padrões
de desempenho conducentes à eliminação dos desperdícios e à excelência dos
processos organizacionais. Estes autores que defendem a economia de mercado,
numa palavra, todos os adeptos do liberalismo e do capitalismo liberal, têm
vindo a afirmar que a eficácia das organizações escolares depende de lideranças
escolares profissionalizadas, exigentes, rigorosas e fortes e da avaliação do
desempenho dos profissionais da educação, de forma a premiar os mais dedicados
e competentes. Ora, a existência de lideranças educativas fortes e competentes
não se compadece com o sistema autogestionário em vigor nas escolas públicas
portuguesas, sistema esse que favorece o corporativismo docente, promove uma
cultura organizacional minimalista e igualitária e desincentiva a procura da
excelência e da qualidade. A preocupação pela qualidade da educação é uma
constante de todos os sistemas educativos europeus. Essa preocupação tem
passado não só pelo crescente profissionalismo das lideranças escolares, mas
também pelo desenvolvimento de estudos comparativos internacionais, com base em
indicadores comuns de qualidade.
Ver Excelência
na Educação, Livre Escolha das Escolas e Indicadores de Qualidade.
Quatro virtudes
cardinais –
Platão é justamente considerado o filósofo que melhor descreveu as quatro virtudes
cardinais, consideradas durante muitos séculos, a essência de toda a educação
moral. Para além da justiça, Platão considerava, também, a
116
temperança,
a coragem e a prudência. A justiça faz parte da moral social, a coragem e a
temperança fazem parte da moral pessoal e a prudência limita-se a assegurar a
autenticidade das outras virtudes.
Cada
uma destas virtudes anda associada a outras, igualmente importantes em qualquer
programa de educação moral. A prudência é a virtude da razão prática, ordena a
direcção da nossa conduta e consiste na recta noção do que se deve fazer. A
prudência ajuda-nos a actuar bem. Associadas à prudência, temos as seguintes
virtudes: precaução, previsão, docilidade e circunspecção. A justiça anda
associada à gratidão, equidade e liberalidade. A coragem é a virtude que faz
vencer as dificuldades e os perigos, ajudando a pessoa a resistir aos apetites
e às paixões. Associadas à coragem, temos as seguintes virtudes: perseverança e
paciência. A perseverança é a capacidade de não desistir face às
contrariedades. A paciência ajuda a suportar as adversidades. A temperança é a
virtude que leva à moderação dos prazeres e dos apetites. A temperança ajuda a
combater a avidez, a cobiça, a ostentação e a vanglória. Situa-se na linha aristotélica
do justo meio. Associadas à temperança, temos as seguintes virtudes: moderação,
sobriedade, pudor, humildade, clemência e modéstia. A humildade é o
reconhecimento das próprias limitações e a atitude de não ir além daquilo que é
permitido pela lei moral.
Ver Virtude.
Questionário - Instrumento de
recolha de dados, concebido de um forma estruturada e dirigida, em função dos
objectivos da investigação e das questões particulares. Os itens que compõem o
questionário podem ser de resposta livre ou de resposta fechada. A elaboração
de um questionário exige o respeito por uma técnica bastante complexa que
obriga a uma determinada ordem das questões e uma determinada forma de
apresentação.
Ver População
e Amostra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário