PEDAGOGIA

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Geane Morais.

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quinta-feira, 12 de julho de 2012

DICIONÁRIO BREVE DE PEDAGOGIA LETRA H


Habermas (Jurgen) - Nascido em 1929, em Dusseldorf, fez um doutoramento em Filosofia, com uma tese sobre Schelling e tornou-se assistente de T. Adorno, entre 1956 e 1959. A sua associação com T. Adorno justifica que se diga que Habermas pertence à segunda geração da chamada Escola de Francoforte. A sua influência na educação deve-se sobretudo à teoria do agir comunicacional, a qual considera que existe uma razão comunicacional que é garante do bom funcionamento da prática comunicativa. Principais obras: Raison et Légitimité (Payot, 1978); Problèmes de Légitimation dans le Capitalisme Avancé (Payot, 1978).

Hegel e a educação - Hegel não dedicou qualquer obra à pedagogia e à educação, embora numa carta ao seu amigo Niethammer, datada de 9/6/1821, tenha afirmado o seu interesse em escrever um livro sobre a Pedagogia Política. Infelizmente, talvez por falta de tempo, não chegou a escrever tal livro. Em contrapartida, deixou-nos uma monumental obra filosófica, cujos maiores marcos foram, sem dúvida, A Fenomenologia do Espírito (1807), Ciência da Lógica (1816), Princípios da Filosofia do Direito (1832), Lições sobre a História da Filosofia (1836), Lições sobre a Estética (1837-42) e Lições sobre a Filosofia da História (1837).
Para uma vida relativamente curta, Hegel nasceu, em 1770, em Estugarda, e morreu, em 1831, ainda por cima uma vida marcada por alguma instabilidade profissional, seria difícil exigir mais. Embora George-Wilhelm Freidrich Hegel seja, à semelhança de Kant, o exemplo do filósofo profissional, já que dedicou toda a sua vida adulta a ensinar Filosofia, a verdade é que o seu caminho em direcção à cátedra universitária não foi uma curta linha recta. Depois de alcançar o grau de mestre em Filosofia, em 1790, com apenas 20 anos, Hegel defende a sua dissertação e renuncia à profissão de pastor, para a qual se havia preparado, durante a juventude. Em 1793, torna-se preceptor em Berna. Seria necessário esperar mais oito anos para alcançar o cargo de "privat dozent",” na Universidade de Iena, mas só, em 1805, consegue a nomeação para professor extraordinário, na mesma Universidade. De 1808 a 1816, exerce o cargo de reitor do liceu de Nuremberga, após o que atinge o topo da sua carreira académica, com a nomeação para a cátedra de filosofia da Universidade de Heidelberga e, dois anos depois, para a cátedra de filosofia da Universidade de Berlim, em substituição de Fichte, entretanto falecido.
Embora o estudo da pedagogia não tenha sido um campo a que tivesse dedicado o seu talento intelectual, é possível conhecer as suas ideias sobre a educação, graças aos discursos proferidos durante os oito anos em que foi reitor do Liceu de Nuremberga.
Pouca gente conhece a faceta pedagógica do grande filósofo alemão, apesar de o exercício da docência ter sido uma componente forte da vida de Hegel. Em Dezembro de 1808, Hegel foi nomeado reitor do “ginásio” de Nuremberga, uma escola fundada
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pelo humanista Melanchton, em 1526. Exerceu o cargo até 1816, ano em que conseguiu obter um cargo de professor na Universidade. Os seis discursos sobre educação datam desse período.
São seis discursos destinados a uma audiência composta pelos professores, autoridades educativas, alunos e pais. Ressalta desses discursos, um pensamento pedagógico seguro e sólido, baseado no realismo, bom senso e profundo respeito pela cultura clássica e humanista. Neles, é possível antever o neohumanismo hegeliano e a sua oposição a algumas correntes utilitaristas da pedagogia humanista, em particular as ideias educacionais de Rousseau. Ao optimismo naturalista de Rousseau, Hegel opunha a superioridade da perspectiva antropológica assente na razão.
Convém ter presente que, naquela época, existiam duas perspectivas com alguma influência nos meios pedagógicos: o neohumanismo e o filantropismo. O primeiro defendia um ensino geral, fortemente centrado na transmissão da herança cultural clássica. O segundo reduzia a educação à aquisição de aptidões técnicas que conduzissem ao exercício de uma profissão. Naquele tempo, como hoje, essas duas importantes perspectivas marcavam, decididamente, as políticas educativas. Hegel, como racionalista e idealista, fortemente defensor da tradição cultural clássica e do humanismo grego e latino, estava com a primeira perspectiva.
Ao longo dos seus discursos, nota-se a defesa de uma escola cultural, com um currículo pequeno mas profundo, onde o latim, o grego, o alemão, as matemáticas, a física, a geografia e a história tinham um papel preponderante. O liceu de Nuremberga, dirigido por Hegel, procurava transmitir às novas gerações um tradição cultural sólida, baseada em saberes constituídos e testados pelo crivo do tempo, embora sem descurar uma componente extra-curricular, igualmente forte, que dava o tom ao liceu e permitia a construção de pontes com a comunidade envolvente. As comemorações, as festas religiosas e as actividades culturais constituíam essa componente extra-curricular. Apesar dos seis discursos terem sido proferidos ao longo de oito anos, revelam as mesmas preocupações pedagógicas e evidenciam a sua visão dialéctica. Em todos os discursos, Hegel insiste na seriedade do trabalho pedagógico, na responsabilidade individual, na exigência de aplicação por parte dos alunos, no rigor intelectual, no respeito pelos professores e no uso da razão e da reflexão.

Heteronomia moral - Conceito que designa uma moralidade dependente da autoridade, quer seja a autoridade física quer seja a autoridade divina. As pessoas que raciocinam ao nível dos estádios 1 e 2 de Kohlberg costumam estar associadas a uma moralidade heterónoma porque dependente do receio dos castigos e condicionada pela obediência à autoridade. Piaget considerava que as pessoas com um desenvolvimento intelectual típico do estádio das operações concretas não podiam ir além de uma moralidade heterónoma.
Ver Kohlberg.

Hierarquia de valores - Expressão que designa uma posição que defende a existência de
valores primeiros, isto é, que tomam a primazia em caso de conflito com outros. O modelo curricular da clarificação de valores não aceita a existência de hierarquias morais. Para este modelo não há valores mais morais do que outros, tudo depende do ponto de vista do indivíduo. Para o modelo curricular comunidade justa, os valores primeiros são os que pressupõem deliberações que fazem uma clara opção pelo princípio da justiça.
Ver Kohlberg.
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Hipótese - Termo que designa uma proposição testável que pode vir a ser a solução do problema. A formulação das hipóteses deve obedecer aos seguintes princípios: devem ser testáveis, serem justificáveis e serem relevantes para o problema em estudo. As hipóteses devem ser susceptíveis de quantificação e reunirem alguma generalidade explicativa. Há hipóteses dedutivas e hipóteses indutivas. As primeiras decorrem de uma determinada teoria e procuram comprovar deduções implícitas das mesmas teorias. As indutivas surgem a partir da experiência e da observação dos fenómenos. As hipóteses também podem ser divididas em conceptuais, operativas e estatísticas. As primeiras são as que estabelecem uma relação entre variáveis ou uma relação a uma ou mais teorias. As segundas indicam-nos as operações necessárias para a sua observação. As últimas expressam a relação esperada em termos quantitativos. Para aprofundar este assunto sugiro aos leitores o livro de Leandro Almeida e Teresa Freire (1997), Metodologia da Investigação em Psicologia e Educação, APPORT.

Hirsch (E. D.) - E.D. Hirsch é um professor universitário norte-americano que há mais de três décadas se dedica ao ensino da Língua Inglesa e à investigação sobre reforma curricular. Em reacção aos movimentos multiculturalistas de cariz radical e às pressões no sentido de conformar as escolas e o pensamento pedagógico ao “politicamente correcto”, E. D. Hirsch Jr. tem vindo a publicar vários livros onde faz a defesa de um currículo centrista, baseado nas disciplinas académicas tradicionais e no qual 50% dos tempos lectivos são preenchidos com o que chama de “core curriculum”, ou seja, os conhecimentos científicos, tecnológicos, artísticos e literários considerados consensuais. Esse conjunto de conhecimentos agrupa aquilo que de melhor foi sendo culturalmente construído pelas gerações que nos precederam em todos os domínios do saber. Por outras palavras, constitui o cânone ocidental, numa palavra, aquilo que une e cimenta a nossa matriz civilizacional comum. O currículo escolar centrista é aquele que acentua a matriz civilizacional comum, considerando que cabe à escola conservar e transmitir aquilo que de melhor a nossa civilização construiu. Nesse sentido, Hirsch manifesta-se como um destacado opositor aos movimentos e autores que procuram substituir os clássicos por autores contemporâneos de valia ainda discutível ou por autores menores cujas obras representam interesses e pontos de vista marginais. O pensamento educacional de Hirsch insere-se no movimento de regresso aos clássicos e de defesa dos cânones da civilização ocidental. Com os direitos de autor dos seus livros, nomeadamente os “best-sellers” Cultural Literacy e The Schools We Deserve And Why We Don`t Get Them, criou a Core Knowledge Foundation, uma organização de apoio à reforma curricular inspirada no pensamento de E. D. Hirsch, a partir da qual tem feito a coordenação do trabalho pedagógico desenvolvido nas mais de 300 escolas que levam à prática o modelo centrista.
A Core Knowledge Foundation, um centro de investigação e difusão da reforma curricular proposta por E. D. Hirsch Jr., com sede em 2012-B Morton Drive, Charlottesville, Virginia, aconselha os professores interessados em levar à prática o modelo curricular centrista, a lerem e estudarem com atenção a Core Knoweledge Sequence, constituída por listas de conteúdos sobre as disciplinas básicas dos seis primeiros anos de escolaridade. O livro A School`s Guide to Core Knoweledge: Ideas for Implementation constitui um bom guia para começar a mudar o currículo escolar. A Core Knowledge Foundation funciona como uma rede de comunicações entre os professores e as escolas, colocando ao dispor dos professores materiais curriculares e planificações de unidades didácticas.
Ver Modelo Centrista e Currículo Nacional.
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