Lewin (Kurt) - Psicólogo,
nascido na Alemanha, em 1890, obrigado a emigrar para os EUA, nos anos 30, em
virtude da perseguição que foi alvo com a subida do partido nazi ao poder.
Influenciado pela teoria gestaltista, procurou desenvolver estudos explicativos
do comportamento humano, tendo formulado a teoria de campo que se pode resumir
da seguinte forma: o comportamento é uma função do campo que existe no momento
em que aquele ocorre, tendo em consideração a defesa do espaço vital do
sujeito. Kurt Lewin é particularmente conhecido pelos estudos que desenvolveu
sobre a dinãmica do grupo e os diferentes tipos de liderança. Da sua obra,
destque para: A Teoria Dinâmica da Personalidade (1935) e Resolução
de Conflitos Sociais (1948). Lewin morreu em 1947.
Ver Liderança
e Dinâmica de Grupos.
Liderança - Kurt Lewin
identificou três estilos de liderança: autoritária, no qual só o líder toma as
decisões que dizem respeito ao grupo; democrático, no qual todas as decisões
são tomadas após discussão e consulta; “laissez-faire”, no qual o líder não
intervém e apenas fornece informações quando solicitado. Podemos, também,
identificar outros dois estilos de liderança: a liderança orientada para a
tarefa, na qual o líder procura fazer cumprir os objectivos comuns e a
liderança orientada para as
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relações,
na qual se dá mais importância às emoções, aos afectos e ao bem estar do grupo.
Ver Lewin.
Liga
Internacional Para A Educação Nova - Realizou o seu primeiro congresso em
1921, em Calais, tendo adoptado os sete princípios da educação nova retocados a
partir dos 30 princípios para as escolas novas desenvolkvidos por Adolphe
Ferrière, o fundador do Bureau Internationale des Écoles Novelles (1899). A
Liga Internacional Para a Educação Nova influenciaria bastante uma dos nossos
maiores pedagogos do século XX, António Faria de Vasconcelos. Principais
princípios da educação nova: o fim essencial de toda a educação é preparar a
criança para realizar uma vida espiritual; a educação deve respeitar a
individualidade da criança; o ensino deve respeitar os interesses da criança;
cada idade tem o seu carácter próprio e, por isso, é necessário que a
disciplina seja organizada pelas próprias crianças com a colaboração dos
professores; a competição deve dar lugar à cooperação; a defesa da coeducação;
defesa de uma educação para a cidadania.
Ver Modelo da
Escola Moderna.
Lima (Adolfo) - Professor de
metodologia e director da Escola Normal Primária de Lisboa, criou a primeira
escola-Oficina nº 1 e dirigiu a Enciclopédia Pedagógica Progredior. Nasceu em
Lisboa em 1874 e faleceu em 1943. Principais obras: Educação e Ensino,
Educação Integral (1914); Pedagogia Sociológica (1930).
Limiar de
mestria -
Designa o nível mínimo de sucesso de uma “performance”. Em pedagogia, significa
o domínio dos objectivos considerados mínimos para que o aluno possa prosseguir
para uma nova unidade de ensino e aprendizagem. O conceito surge intimamente
ligado ao modelo de ensino para a mestria desenvolvido por B.S. Bloom nos anos
60.
Ver Modelo da
Escola Moderna.
Literacia - Conceito que
constitui uma tradução para português do vocábulo “literacy” e que significa a
competência para ler e compreender textos em língua portuguesa de tal forma que
essa compreensão possibilite ao leitor a resolução dos problemas da vida
quotidiana e o cumprimento consciente dos deveres de cidadania.
Literacia
cultural -
Conceito divulgado por Allan Bloom, graças ao livro The Closing of the
American Mind e que defende a criação de programas educativos centrados no
cânone ocidental, expresso através das obras dos clássicos.
Literacia
multicultural -
Conceito criado por James Banks, em 1989, como contraponto ao conceito de
literacia cultural e que defende um currículo pluricultural e pluri-étnico.
Livre escolha
das escolas -
Conceito que significa a possibilidade de opção concedida aos pais dos alunos
face ao universo das escolas existentes na vizinhança das suas residências. Há,
basicamente, dois tipos de livre escolha das escolas: a opção na escolha de
escolas do sistema público ou a opção na escolha de escolas quer do sistema
público quer do sistema particular. Neste último caso, os pais dos alunos que
optam pela
frequência
de um estabelecimento de ensino particular pagam uma mensalidade que não pode
exceder a diferença entre o custo médio do aluno na escola pública e o custo do
aluno na escola particular. Esta modalidade surge associada à existência do
cheque-educação que se traduz pelo financiamento estatal dos alunos que optam
pela frequência dos estabelecimentos de ensino particulares. Alguns autores
consideram que a melhor forma de produzir e generalizar a inovação educativa é
através da concessão do poder de escolha aos utentes do sistema educativo, tal
como acontece em qualquer outra actividade produtiva. A liberdade de escolha
cria mecanismos de pressão de baixo para cima que conduzem à inovação, à
mudança, à melhoria dos serviços e à adequação dos programas educativos face às
necessidades dos alunos e das famílias. Por outro lado, essa liberdade de
escolha introduz mecanismos de competição entre as escolas, uma vez que estas
se confrontam com a finalidade de atraírem alunos, tendo em conta que a
possibilidade de opção pode conduzir ao abandono das escolas ineficazes e sem
qualidade e, em última instância, ao seu fecho por falta de utentes
interessados no seu programa educativo. Os autores que defendem esta abordagem
criticam o facto de o sistema público de educação constituir, no limiar do
século XXI, o último monopólio estatal, considerando que o carácter monopolista
do sistema público de educação impede a sua renovação e é prejudicial a
qualquer tentativa duradoura de melhoria da qualidade dos serviços educativos.
Nesta perspectiva, o facto de as escolas públicas não recearem o seu fecho,
ainda que ofereçam um programa educativo de má qualidade - ao contrário do que
acontece com todas as outras organizações da sociedade civil - torna-as menos
respondentes às necessidades dos utentes, havendo grande probabilidade de ser
tornarem organizações ao serviço das burocracias centrais, regionais e locais e
dos funcionários que as habitam. Há outros autores que acusam a livre escolha
das escolas como uma forma de privatização da educação e, como tal, chamam a
atenção para o perigo do aumento das desigualdades de oportunidades
educacionais que ela encerra.
Ver Envolvimento
dos Pais e Escolas Difíceis de Alcançar.
Locke (John) - Nasceu em
Somerset, em 1632, no seio de uma família afluente e puritana. Fez os seus
estudos na escola de Westminster e na Universidade de Oxford. Esteve quase a
dedicar-se à vida religiosa, mas seduzido pela investigação experimental em
física e química, resolver fazer estudos de medicina, primeiro em Oxford e,
depois, na Universidade de Montpellier. Terminados os estudos, tornou-se
secretário particular de Lord Ashley que o introduziu nos círculos políticos de
então. Com ele, conheceria o exílio na Holanda. O regresso à Inglaterra
ocorreria após a Revolução de 1688. Regressado ao seu país de origem,
dedicou-se à filosofia. A morte iria surpreendê-lo, em 1707, aos 75 anos de
idade. Principais obras: A Letter Concerning Toleration (1689);
A Second Letter Concerning Toleration (1690); Two Treatises on Civil
Government (1693); Essay Concerning Human Understanding (1693); A
Third Letter Concerning Toleration (1693); Thoughts on Education (1693.
A
influência do pensamento de John Locke no desenvolvimento das teorias
comportamentalistas explica-se pela fundamentação filosófica que lhes concedeu,
graças à sua teoria da tábua rasa. A ideia de que a mente da criança aceita
praticamente tudo aquilo que o ambiente lhe faculta e a importância dada aos
estímulos no processo de aprendizagem têm em John Locke uma parte da sua
fundamentação filosófica. À semelhança das teorias comportamentalistas, John
Locke defendia que o nosso conhecimento provém dos sentidos. As impressões
produzidas em nós pelos objectos exteriores originam os dados simples da
percepção, a qual é a forma mais simples do conhecimento. As ideias complexas
seriam, desta forma, produto da associação dessas impressões provocadas pelos
objectos na mente do sujeito.
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